Colunistas

Publicado: Domingo, 17 de junho de 2012

Educação de hoje, educação de ontem

Crédito: Marcelo Duarte - Jornal Bom Dia Sorocaba Educação de hoje, educação de ontem
O eterno contraste do novo e antigo

É do nosso costume aceitar sempre o novo sem muito questionar. Aceitamos com muita facilidade novos costumes, novas roupas, novos carros, novos conceitos, novas tecnologias. E temos também uma inclinação para abandonar o velho, o antigo.

Na educação a realidade é a mesma. Aceitamos sem pensar muito novos métodos, novos equipamentos na sala de aula, novos livros, novos materiais pedagógicos, internet na sala de aula. E abandonamos rapidamente o antigo.

O resultado é conhecido. Agressão aos professores, disseminação de drogas nas escolas, necessidade de adoção de cotas para o ensino superior, altíssima evasão escolar, mensalidades escolares caríssimas, elevado numero de alunos com insucesso.

Quando olhamos para os estudantes do passado, sentimos pena deles, por eles viverem numa época de educação retrógrada, com poucos livros, uso de palmatória, castigos, puxões de orelha, reprovação, métodos autoritários, mas se eles nos vissem hoje, com certeza, sentiriam mais pena de nós do que sentimos deles..

Na educação sofisticada de hoje a criança recebe uma quantidade enorme de informações, como se fosse assumir um importante cargo numa indústria no dia seguinte. Parece que há uma loucura para prepará-la para o trabalho. Na educação retrógrada ela aprendia música, poesia, pintura, ética, conhecimento, histórias.

Consideramos como aprendizado eficiente, a maior quantidade de informações decorada. Não seria melhor considerar o maior amadurecimento emocional, o comportamento familiar, moral e o equilíbrio?

A criação e adoção constante de novos métodos e processos educacionais, deixa a impressão que estamos buscando desesperadamente uma receita para educar nossas crianças. Essa receita já existe: chama-se educação antiga.

Será que a educação antiga era mesmo melhor que a moderna? Parece que as crianças tinham mais respeito, obedeciam mais, mas parece também que o faziam mais por receio do que por conscientização.

A boa educação deve promover nas pessoas a capacidade de viver socialmente, e isso significa saber esperar a vez de falar, usar “por favor” e “com licença”, serem discretas e jamais tornarem-se inconvenientes, saber comportar-se à mesa, saber conversar e se relacionar.

Lembremos também que no passado tínhamos menos modelos disponíveis.. As crianças imitavam seus pais, tios, avós, vizinhos, professores. Hoje elas são bombardeadas por centenas de modelos, nas figuras públicas, nas programações de TV, na internet, nos filmes. Alguns bons, mas a grande maioria ruim.
Além disso, os pais, que são a fonte de referências morais, estão cada vez mais ausentes na educação das crianças, obrigando-as a dialogarem com a TV e a internet. É preciso que seja ensinado aos pais, a diferença entre autoridade (Direito legalmente estabelecido de se fazer obedecer.) e autoritarismo (Sistema autoritário.).

Se o tempo que os pais podem permanecer com os seus filhos é reduzido, que ele seja utilizado da maneira mais útil possível.

Ser pai, mãe e educador tornou-se uma tarefa muito difícil. É necessário que esta tarefa seja desempenhada com maestria para garantir a evolução do mundo.
E que as nossas escolas introduzam no seus conteúdos programáticos mais uma disciplina: como ser pai nesse mundo maluco de hoje.

Fontes: artigo de Fabio Stopa Schebella Pedagogo, e artigo de Rita Foelker, www.jornalcem.hpg.com.br

Comentários