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Publicado: Segunda-feira, 17 de agosto de 2009

É preciso mostrar aos jovens que é possível mudar!

Uma das convicções básicas do programa Seja a Mudança é a de que jovens que verdadeiramente se amam e se gostam não vão se machucar ou machucar os outros.
 
È possível também dizer que o sucesso dos jovens na escola e em suas vidas está diretamente relacionado à sua auto-estima e seus relacionamentos com os outros.
 
Em seu livro “Tribes”, Jeanne Gibbs menciona um estudo feito pelo Dr. Benjamin S. Bloom, Professor renomado da Universidade de Chicago. Neste estudo o Dr. Bloom fala que um aluno passará 20.000 horas em uma sala de aula até que complete o ensino médio. Jeanne Gibbs completa ainda que os alunos vivenciam dois currículos: um “manifesto” em leitura, escrita, geometria, etc e um “latente” de interações sociais.
 
Podemos então questionar qual dos dois currículos deixará as marcas mais duradouras – os fatos aprendidos nas aulas de Historia ou:
 
> A humilhação de ser isolado
> O medo de ser “zoado”
> A confusão de sentimentos não expressos
> O sentimento de impotência quando pressionado pelos colegas
> A maneira como as decisões são tomadas e as regras são aplicadas
> O favoritismo de um professor por alguns alunos
 
Podemos acrescentar mais alguns itens na lista:
 
> A dor do racismo e outras formas de opressão
> O medo da violência
> A perda de amigos queridos e familiares
> O acesso escasso de suporte emocional dado pelas escolas
 
O programa Seja a Mudança tem como foco o sucesso de cada ser humano. Ele se baseia no conceito de que aceitação e o amor só podem ser promovidos através do entendimento e da compaixão e a melhor maneira de se atingir isto é através de experiências comuns. O programa tem como objetivo facilitar experiências comuns de amor e respeito para todos os participantes, sem exceção. Ao se promover esta experiência em uma situação de grupo, acreditamos que o resultado não é apenas marcante, mas pode ser também transformador.
 
A intenção é, portanto, eliminar o isolamento e a separação entre as pessoas. Através de jogos, atividades vivenciais e debates, os participantes começam a trabalhar juntos para dar um fim à violência e promover a paz; a trocar os julgamentos pelo entendimento. Se alguém se sente só, não é porque existe falta de pessoas. Existe sim a falta de conexão entre essas pessoas. Ninguém jamais machuca alguém a menos que já tenha sido machucado. Da mesma forma que, somente pessoas que realmente se gostam e se respeitam podem realmente amar e respeitar os outros. E acreditem, se existisse a chance, todos nós escolheríamos ser amados e reconhecidos em nossas vidas.
 
Estarei fora do Brasil por algumas semanas. Vou ter o grande privilégio de apresentar meu trabalho sobre o programa Seja a Mudança em um Congresso de Psicologia que vai ser sediado em Roma. Apesar de já estar me sentindo com “frio na barriga” de nervoso, sinto-me também imensamente grata. Por tudo. Pelo que vou ensinar, mas muito mais pelo que vou aprender.
 
Até a volta! Ciao!

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