Dois grandes eventos pastorais
No começo deste mês de maio, dois momentos pastorais marcaram nossa vida diocesana, dando caráter de novidade promissora. O primeiro foi o Encontro Diocesano de Pastoral Carcerária, no dia 6, com grupos representativos das cidades. O segundo, acontecido no dia 7, Domingo do Bom Pastor, reuniu mais de mil jovens para uma caminhada vocacional que culminou com Celebração da Eucaristia na igreja paroquial da Vila Arens.
A Pastoral Carcerária
O Iº Encontro Diocesano de Pastoral Carcerária teve como objetivo, ampliar e organizar o trabalho pastoral com os prisioneiros e seus familiares, uma vez que vem se agravando o problema prisional em nosso país com visíveis conseqüências em nossa região. Tive oportunidade de apresentar as Normas e Diretrizes que criamos para conduzir o serviço religioso e humanitário nas prisões. Os participantes foram convidados a assumir o trabalho da Pastoral Carcerária com o objetivo de evangelizar aqueles que se encontram nos presídios, através do anúncio da Palavra de Deus e das preces, não colocando em destaque nem a culpa nem a condenação, mas a possibilidade de uma vida nova, baseada no perdoar, perdoar-se e amar o próximo.
O agente de Pastoral Carcerária é aquele que acredita que o tempo no cárcere poderá ser de redenção e que Jesus Cristo, o Bom Pastor, segue continuamente as ovelhas perdidas e, quando as encontra, toma-as sobre os ombros e as reconduz ao redil. Acredita na reeducação dos detentos, desde que sejam devidamente auxiliados. Baseia-se na sacralidade da vida humana das vítimas e agressores em todas as situações, na compaixão diante de quem sofre, na necessária ação dos cristãos no sentido de prevenir o mal, trabalhando na erradicação das causas. São favoráveis a manifestações pacíficas, dentro dos cárceres, e contrários a atitudes que atinjam as pessoas física e psicologicamente. A Pastoral Carcerária atua sempre em diálogo com as autoridades judiciais e prisionais e luta pela defesa da vida, seja ela do refém, do agente penitenciário, do detento, ou do policial.
Diante de freqüentes rebeliões que têm acontecido e o desumano sistema carcerário brasileiro, o trabalho da Pastoral Carcerária se torna alento para os presos e familiares, bem como representa verdadeira colaboração com os serventuários das prisões que estejam na disposição de buscar não a punição pura e simples, mas a recuperação e reeducação dos encarcerados.
O agente da Pastoral Carcerária luta para que o sistema carcerário seja modificado, a fim de que acabem a superlotação das cadeias e as situações desumanas em que se encontram tantos presídios transformados em verdadeiras escolas de crime. O Senhor não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e viva (Ez 33,11), eis um dos princípios bíblicos que norteiam a Pastoral Carcerária.
Jovens do Bom Pastor
Foi surpreendente a movimentação dos jovens que o Setor de Juventude Diocesano e a Pastoral Vocacional (PV) conseguiram este ano. Milhares de jovens vindos de diversas partes participaram de uma caminhada pelas ruas centrais da cidade de Jundiaí, e puderam refletir e rezar sobre as vocações na Igreja. O Setor de Juventude tem conseguido imenso progresso na Diocese, visando garantir a cada um dos grupos de jovens seu espaço na vida eclesial, sejam aos das comunidades das paróquias, aos da PJ, ou dos vários movimentos. Esta modalidade de fazer pastoral e evangelização é inovadora e desperta um senso de verdadeira fraternidade, inter-colaboração, complementariedade e, sobretudo, comunhão entre os jovens da Diocese. O trabalho realizado pelos movimentos vai se tornando cada vez mais efetivamente pastoral e não paralelo, num clima de muita união e maturidade eclesial, sem perigos de ideologização da fé e nem isolacionismo grupal. A consciência de compromisso com os problemas sociais é despertada em todos, a partir da oração, da vida sacramental, da luz do Evangelho meditado e orado, da efetiva consciência de Igreja.
O Setor de Juventude se uniu em parceira com a Pastoral Vocacional que tem tomado novas formas e novo ânimo a partir deste ano. Buscando formar em cada paróquia uma equipe vocacional, a PV age, sobretudo, entre os jovens dando-lhes possibilidade de ver qual é o seu chamado na Igreja, acompanhando particularmente os que pretendem consagrar sua vida a Deus pela vocação presbiteral ou religiosa. Estes aspectos foram apresentados em workshops que aconteceram na parte da tarde.
Na missa que presidi, foram conferidos os ministérios de leitor e acólito a cinco seminaristas. À homilia, tive oportunidade de apresentar o presbítero mais idoso da Diocese, na pessoa do monsenhor Antônio de Pádua Ferraz, com 90 anos de idade e 67 de padre, e o mais jovem, que é padre Anderson Ricardo da Silva, com 4 meses de ordenação.
Além disso, os jovens quiseram fazer simpática homenagem ao pastor diocesano, exibindo uma série de slides e texto bem elaborado sobre os passos de minha vocação, e manifestaram sua plena adesão a Jesus Cristo no trabalho realizado nesta Igreja Particular.
Deus seja louvado por tudo isto!