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Publicado: Quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Doha é uma cidade muçulmana

Oi, de novo

Não sei o que vai caber no espaço de uma dominical, porque sobre Doha de fato há muito a contar.

Primeiro, como eles estão começando as coisas, o Centro de Convenções onde ocorre o nosso evento é novíssimo, tanto que os taxis têm dificuldade para chegar. E fica no meio do nada. Consequência, na hora de sair de lá (confesso que um pouco antes do término, no domingo, porque no horário aprazado haveria ônibus pelo menos para o meu hotel) tivemos que pedir para chamar taxis. Éramos uns 10. Quase uma hora depois, sem taxi, uma mandou chamar o executivo do local. Ele tinha 6 semanas de Doha, antes morava em Toronto...e disse que era uma cidade com pouco transporte coletivo. Mas que a obrigação dele era a operação interna, que a externa seria responsabilidade do evento. No entanto, rapidinho providenciou a van que transportava os trabalhadores do centro, com 26 lugares, para nos atender. No dia seguinte pela manhã, ao me encontrar, 1) me reconheceu e 2) perguntou se o transporte tinha sido a contento. Cheguei à conclusão de que ele realmente era ótimo, porque passeava pelo enorme local....e no final do dia, quando fui pegar o ônibus, havia uma fila para táxis e...taxis para os passageiros.

O trânsito é algo entre São Paulo e México de tão ruim, com motoristas loucos, a grande diferença é que há poucos motoqueiros. Além disso, o que chama a atenção é que as placas de pedestres, que estamos acostumados a ver com uma figura aparentemente masculina atravessando a rua, aqui têm a imagem de uma mulher de burca.

Estive no museu islâmico. É imperdível. Tem dois andares com o acervo e duas mostras especiais, ambas ótimas. Uma sobre a Caça (que depois descobri fazer bastante parte da cultura) e outra sobre as mulheres. Nesta última há entre outras coisas um texto falando sobre a relatividade da beleza feminina...e explicando que às vezes as mulheres reforçam a pintura do bigode e, se as sobrancelhas não se encontram sobre o nariz a maquilagem se encarrega de sanar esta falha. Acho que depois de ver esta exposição entendi melhor a mostra da Frida Kahlo que vi em São Paulo no dia em que abriu. O museu, além de uma belíssima construção, é de graça e cheio de funcionários, todos vestidos à oriental e....grudados no celular, exatamente como aqui. O restaurante (não comi, não sei se era para eventos) é anunciado sob a responsabilidade do Ducasse, um chef estreladíssimo Michelin.

Em relação ao evento, ficamos sabendo que no dia da abertura oficial tínhamos que chegar cedo porque a sheika (escrito assim no convite) estaria presente, a segurança seria grande e estávamos proibidos de fotografá-la. Ela esteve presente, a segurança foi leve, mas ela não falou, só falou o Primeiro Ministro. Mas ela usava uma roupa daquelas que deixa (só) o rosto descoberto, toda negra. Já os seus brincos (quem estava perto viu e contou espantado) eram duas “peras” de safira rodeadas de brilhantes. E ela tinha de fato um porte de rainha. Mais uma vez, o veneno de quem estava perto disse que ela tinha cerca de 60 anos e mais que algumas plásticas...mas de longe parecia linda. Aliás, não só nos locais públicos, vê-se sempre duas fotos, uma do sheik e uma do seu filho, o príncipe!...princesa quem????

Continuamos...amanhã ou depois

Beijos

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