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Publicado: Terça-feira, 28 de janeiro de 2003

Distimia - a doença do mau humor constante

A Distimia é uma doença contemporânea que merece uma atenção especial, porque comumente é confundida com o jeito de ser de várias pessoas com as quais convivemos diariamente. Devemos ter o cuidado de excluir os pessimistas e mau-humorados eventuais daqueles que o tempo todo carregam o negativismo no que fazem.
   A caracterização do mau humor crônico como doença é recente, há pouco mais de 20 anos, mas a ajuda terapêutica correta vem mudando muito o jeito negro de se ver o cotidiano.
   Cerca de 4 % de toda população mundial sofre de Distimia, doença que produz mau humor, irritabilidade, desinteresse, falta de concentração, distúrbios do sono e apetite, cansaço e angustias constantes. Todos esses sintomas muitas vezes são reações que temos ao stress ou ao peso do dia a dia, mas eles passam espontaneamente quando superamos o desgaste e encontramos conforto e bem estar no nosso estilo de vida.
   Quando os sintomas se intensificam e não sofrem remissão espontânea, podem caracterizar a Distimia. Hoje ela atinge mais pessoas do que a hipertensão e a diabetes, sendo estimados no Brasil mais de cinco milhões de pessoas que sofrem desse mal. Atinge pessoas na faixa de 18 a 60 anos e têm herança biológica (vários casos na família).As mulheres costumam ser mais atingidas por conta da variação hormonal mais intensa e algumas doenças orgânicas incapacitantes ou crônicas podem ser desencadeantes.
   O diagnostico é complexo e deve ser feito corretamente por um medico ou psicólogo, para estabelecimento do grau de severidade da depressão e acompanhamento correto do tratamento pelo período de dois anos. A homeopatia e a fitoterapia são coadjuvantes terapêuticos com resultados comprovados e abordagem holística.
   As pessoas têm resistência em aceitar o tratamento, muitas vezes justificando esse jeito de reagir como um jeito de ser, mas a avaliação correta pode ser feita pelo saldo pessoal do prejuízo do seu desempenho profissional, relações sociais e afetivas.
   Não aceite o mau humor como companhia. Ele tem cura, mas para isso faça uma auto-avaliação, procure ajuda médica .
   Já não é fácil enfrentar as batalhas da vida. É preciso estar em dia com seu corpo e sua cabeça para que o equilíbrio se transforme em mudanças e conquistas. Evitar a solidão excessiva, buscar atividades, reduzir o grau de exigência com a vida, expor ansiedades e aceitação de limites e ajuda são posturas auxiliares que ajudam a enfrentar a doença, mas não são suficientes sem o tratamento correto.
   
   Lembre-se: Dante costumava dizer que com as mesmas cores que se pinta o céu, se pinta o inferno. Não tente mudar o mundo , mude seus olhos para vê-lo melhor.
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