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Publicado: Sábado, 3 de novembro de 2001

Diferenças entre agricultura biodinâmica, natural e orgânica

Para o leigo, agricultura biodinâmica, natural e orgânica é tudo igual, mas elas são diferentes correntes da agricultura dita “alternativa”, ou seja, daquela que se desenvolve a partir de práticas e produtos que não agridam a saúde do agricultor, do consumidor e nem do meio ambiente.
   A Agricultura Biodinâmica surgiu depois da Primeira Guerra Mundial. Rudolf Steiner, um filósofo austríaco, elaborou um Curso Agrícola, na Polônia, com o nome de “Bases da Ciência Espiritual para a Prosperidade da Agricultura”.
   Começou assim a Agricultura Biodinâmica, que prega a integração entre todos os elementos da propriedade agrícola (animais, plantas e meio físico) que dessa forma torna-se um organismo agrícola independente e auto – suficiente.
   A agricultura biodinâmica, difere das outra agriculturas alternativas, por características específicas, espirituais e místicas; como calendário astrológico, cristalização sensitiva e outras.
   A Agricultura Natural começou através do mestre Mokidi Okada, na década de 30, no Japão, que ao fundar a Igreja Messiânica pregava a purificação da alma pela arte e a purificação do corpo pelo alimento. Considerando a natureza perfeita, a produção agrícola deveria imitá-la.
   E assim surgiram as bases da agricultura natural onde o agricultor deve interferir o mínimo possível na área evitando arar, aplicar inseticidas e fertilizantes. Difere da Agricultura Orgânica, principalmente porque considera o esterco animal impuro e defende a utilização de composto vegetal ( restos de plantas) com a utilização de microorganismos que tornam a decomposição mais eficiente.
   A Agricultura Orgânica surgiu entre 1925 e 1930 através de trabalhos de compostagem e adubação orgânica realizados por Albert Howard, na Índia. Esses trabalhos mostravam que a saúde do solo dependia de uma complexa cadeia biológica que não podia ser conseguida simplesmente através de fertilizantes minerais.
   O principal desafio da agricultura orgânica é estabelecer o equilíbrio entre os animais, os vegetais e os microorganismos. Para isso tenta-se “imitar” uma vegetação natural, que sempre apresenta grande variedade de vida, ou seja, grande biodiversidade e ao mesmo tempo equilíbrio entre o número de indivíduos.
   A agricultura orgânica tem como alicerce de produção o favorecimento da biodiversidade e a adequada nutrição vegetal e animal. Respectivamente, tenta proteger a cultura, ou criação, com defesas externas ( biodiversidade) e defesas internas ( boa nutrição). Diferente da agricultura natural, utiliza esterco para equilibrar o solo e nutrir as plantas.
   A alimentação das plantas segue um preceito básico: se a planta estiver com excesso ou falta de algum nutriente ela tem maior possibilidade de ter pragas ou doenças.
   Logicamente, as diferenças entre as diversas correntes da agroecologia estão simplificadas nesse artigo, cujo objetivo foi transmitir informações básicas sobre cada uma delas. Lembrando ainda que o mais importante é que todas as diferentes correntes da agroecologia, inclusive aquelas que não foram citadas, têm um objetivo em comum que é produzir alimentos saudáveis para o consumidor, para o produtor e para o meio ambiente.
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