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Publicado: Segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Dia Nacional do Idoso: como vivem nossos idosos?

Dia Nacional do Idoso: como vivem nossos idosos?

27 de setembro, o Dia Nacional do Idoso, foi estabelecido em 1999 pela Comissão de Educação do Senado Federal e serve para refletir a respeito da situação do idoso no País, seus direitos e dificuldades.

COMO VIVE O IDOSO BRASILEIRO?
Por Ana Amélia Camarano & cols.

  • A proporção de idosos casados cresceu entre ambos os sexos, principalmente entre as mulheres. Em 1940, aproximadamente 30% das idosas eram casadas, proporção esta que passou para 41% em 2000. Entre os homens, a tendência também foi de aumento entre 1940 e 1991. Entre 1991 e 2000, observou-se uma ligeira redução na referida proporção, de 80% para 77%. A redução da mortalidade nas idades adultas deve ter contribuído para uma diminuição da viuvez e um aumento na proporção de casados. Em contrapartida, a proporção de solteiros diminuiu no período, mais acentuadamente entre os homens.
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  • As mulheres idosas predominam entre as viúvas. Em 1940, a proporção de idosas nessa condição era duas vezes mais elevada do que a de idosos e, em 2000, essa diferença passou a ser 3,4 vezes maior. Isso se deve a dois fatores: a maior longevidade da mulher e o recasamento, mais freqüentemente observado entre os homens idosos
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  • Em 2000, a população brasileira estava concentrada nas regiões Nordeste e Sudeste (70,8%) e nas áreas urbanas (81,3%).
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  • A proporção de idosos alfabetizados teve um aumento significativo, mais intensamente entre as mulheres . Entre os homens, o aumento foi de 59% e, entre as mulheres, de 146%. Em 1940, 74,2% da população idosa feminina eram analfabetos e, em 2000, essa fração caiu para aproximadamente 1/3. Apesar de os ganhos no período terem sido mais significativos entre as mulheres, são os homens idosos que se encontram em melhores condições de alfabetização: 68,9%. Entre as mulheres, a proporção comparável é de 63,4%.
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  • As doenças do aparelho circulatório continuam como as principais causas de morte da população brasileira como um todo desde 1980. Foram responsáveis, em 2000, por 26,5% do total de óbitos registrados no ano. A proporção de mortes decorrentes de neoplasias cresceu de 8,8% para 12,3% do total de óbitos, passando da quinta para a terceira causa de morte. Observou-se também um aumento absoluto e relativo da mortalidade por causas externas (mortes decorrentes de acidentes de transporte público, de trânsito, de quedas, de homicídios, de afogamentos e envenenamentos) , que atinge mais a população jovem. Muitas dessas causas estão relacionadas diretamente com a circulação dos idosos pelos espaços públicos que, apesar das leis existentes com o intuito de normatizá-los, são ainda bastante inadequados. À medida que os idosos passam a utilizar mais o espaço da rua no seu cotidiano, tornam-se mais suscetíveis e vulneráveis a acidentes. Da mesma forma, passam a ficar mais expostos aos riscos da violência urbana.
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  • A proporção de domicílios chefiados por idosos vem crescendo ao longo do tempo — dentre o total de domicílios brasileiros foi de 17,7% em 1980 e de 20,9% em 2000. Em contrapartida, a proporção de domicílios que contêm idosos na condição de pais/sogros e/ou outros parentes apresentou uma redução de 4,5% para 3,3% no mesmo período. Em termos das diferenças nos arranjos familiares internos, a Tabela 10 mostra que, enquanto nas famílias sem idosos predominam os arranjos do tipo casais com filhos (65,7%), entre as famílias com idosos a presença de casais com filhos foi de 36,3%. Destaca-se, também entre as últimas, a expressiva proporção de casais sem filhos (19,9%) e de pessoas vivendo sós (23,1%).
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  • A taxa de participação da população masculina idosa no mercado de trabalho diminuiu de 44,5% para 37,3%, refletindo o aumento da cobertura da seguridade social e a feminina aumentou de 7,4% para 11,1%. Isso reflete um efeito coorte, ou seja, o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho no passado recente. A participação é sempre mais elevada entre os homens.
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  • Apenas 26,9% do total de idosos no País possui algum plano de saúde, sendo que em algumas regiões como o Nordeste essa taxa ainda cai para 13%. As mulheres são ainda mais afetadas, porque vivem mais tempo e, em geral, com menos recursos e menos escolaridade.

Ana Amélia Camarano, é demógrafa, técnica de planejamento e pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA http://www.ipea.gov.br) e autora de diversos livros sobre idosos.

O IDOSO ITUANO

Segundo o IBGE, em 2000, o município tinha 11.550 habitantes com idade igual ou superior a 60 anos, compondo 8% da população total (135.366 habitantes).
A cidade, conta com serviços voltados exclusivamente para a coorte idosa, tais como o Grupo da Melhor Idade, o Centro de Convivência Dia para Idosos “Agenor Bernardini” e o mais recente projeto implantado no município: “Quero Vida”

O Quero Vida é um programa do Governo do Estado, implantado pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, baseado no Centro de Convivência Dia para Idosos, que já existe em Itu desde 2007, o Projeto Quero Vida visa implantar espaços de convivência para cerca de 50 pessoas com mais de 60 anos que possuem famílias sem condições de prover cuidados durante todo o dia ou parte dele. Nos espaços, o idoso terá à sua disposição atenção integral, com alimentação, higiene pessoal, cultura e recreação, em um local com normas de acessibilidade, higiene e segurança. Nas unidades do Quero Vida, os idosos também contarão com profissionais especializados, como médicos geriatras, auxiliares de enfermagem, nutricionistas, professores de Educação Física e assistentes sociais. 

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