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Publicado: Terça-feira, 16 de novembro de 2010

Desta vez, a APEOESP tem razão

A escola pública, tida como a melhor escola do mundo, fica em Taiwan- China. Resguardos os exageros, ela dá a receita de como conseguir ser a melhor do mundo.

O Brasil poderia seguir a receita de modo tupiniquim, acrescentando ingredientes e retirando outros que não seriam necessários. Exageros à parte. Assim o Brasil não precisaria de uma hora para outra se transformar na melhor escola do mundo, mas com certeza deixaria de ser uma das piores.

Se temos um dos maiores impostos do mundo, não se justifica que escola pública seja tão ruim.

Em Taiwan, a diferença é que os professores são avaliados pelo desempenho do aluno.

Professor na China ganha um dos melhores salários, mas a cada dois anos é avaliado. Não ensinou, aluno não aprendeu, o professor é demitido. Simples assim, nem precisaria ser radical.

Mas no Brasil se o aluno não aprendeu, a culpa é dele: que, com certeza, ele é vagabundo, ou a sua família desestruturada. Nunca ouvi falar de professor que é demitido por ensinar mal, desde que ele seja concursado; ou seja, muito bem apaniguado.

Concurso público não avalia o bom professor. Provões e provinhas também não.

O concurso e as provas, provinhas e provões, avaliam o conhecimento do professor. Isso a faculdade de onde ele veio já avaliou. Mesmo os temporários têm que estar cursando a faculdade e ter no mínimo 160 aulas da matéria específica que ele vai ensinar.

O que avalia se o professor é bom são os alunos. Que saber a matéria é uma coisa. Saber transmiti-la é que é o fundamental.

Professor tem que ser educador, tem que gostar de ensinar. Um educador não se forma na faculdade. É uma vocação da qual ele já nasce com ela.

Se o professor vale a nota que ele dá, por aí já seria uma boa dica, desde que fosse levada a sério essa avaliação e que não fosse aplicada pelo professor que deu a nota.

Temos uma escola cuja avaliação é sofrível, e a secretaria de educação de São Paulo estabeleceu metas ridículas, escola que tirou zero e alguma coisa, se tira cem por cento a mais já é festejada com bônus aos professores. Continua que cem por cento de zero vírgula alguma coisa continua ZERO, vírgula alguma coisa.

Pagar bem o professor e avaliá-lo continuamente, qualificar o professor, seria um meio eficaz de ter uma escola pública de boa qualidade.

Não querem avaliar o professor, e aparecem com medidas paliativas de colocar cereja no bolo podre.

Nada é sério na escola pública.

Já começa pelo concurso público que tem critérios esdrúxulos, impedindo que o professor de fora entre na rede. O professor que quer iniciar sua carreira mediante uma nota boa no concurso concorre depois com os apaniguados da rede, com mil e um títulos contando tempo de escola e etc. Uma concorrência desleal e injusta.

A escola pública está minguando, se for feita uma vistoria séria verão que os alunos estão fora da escola de fato e nas listas eles continuam constando, apenas para a escola justificar as verbas.

São milhares de alunos fantasmas, que de fato estão nas ruas; a maioria já matriculado em escola do crime, onde sempre tem vaga. Sempre cabe mais um.

Agora vem o provão, a famigerada prova que não avalia o bom professor.

A APEOESP se insurge contra essa prova.

Quem quer uma escola pública de boa qualidade também está contra.

Por motivos diferentes, mas desta vez estamos com a APEOESP

A APEOESP não quer o professor avaliado de jeito nenhum e nunca. Proteção demais, desprotege.

Isso a APEOESP sempre fez. Proteger sempre os maus é cometer injustiça com os bons.

Essa prova não avalia o bom professor. Que o professor já está avaliado pelo concurso público e pela faculdade.

A avaliação séria mesmo, deveria ser feita a partir dos alunos.

Se aluno não aprendeu, o professor não ensinou.

Como todos sabemos que aluno não está aprendendo nem o mínimo, é hora de rever a escola
pública.

Nela o aluno deixou de ser a prioridade.

A Secretária de Educação chegou ao cúmulo de distribuir uma cartilha autorizando a escola a “expulsar” aluno pelo viés da Transferência Compulsória.

Não valoriza o bom profissional. Não fiscaliza nada, dando ensejo para corrupção. Fomenta a impunidade.

Se for bom professor ganha; se não for, ganha também.

Deixa para o educador, aquele que tem noção exata da sua responsabilidade a formação do cidadão, a ideia clara, que o professor que trabalha é um TROUXA.

Então vamos aí, deixando a sugestão para o novo governador de São Paulo.

A receita para o bolo crescer. SERIEDADE E OUVIR OS PAIS E ALUNOS QUE SÃO OS MAIS INTERESSADOS EM QUE A ESCOLA PÚBLICA SEJA ESCOLA DE BOA QUALIDADE. PAGAM A CONTA E USAM O SERVIÇO.

Deixamos também, o remédio. Punir os maus e demitir os muito ruins para os bons poderem exercer a mais importante profissão do planeta em paz.

UM REMÉDIO AMARGO, MAS CURA; COM CERTEZA, CURA.
 

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