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Publicado: Quinta-feira, 27 de janeiro de 2005

Desobediência civil

Gostaria de não ser tão repetitivo neste espaço e ficar escrevendo sempre sobre os mesmos temas, mas isto parece impossível de acontecer em nossos pais.

Um artigo publicado neste final de semana chamou-me a atenção. Em entrevista a Folha de São Paulo (23/01/05), o economista Eduardo Gianetti da Fonseca, diz que O PAIS VIVE UMA DESOBEDIÊNCIA CIVIL (título da matéria), em virtude da edição da Medida Provisória 232.

Esta MP foi aquela editada para variar no último dia do ano de 2004 e que aumentou novamente os impostos para as prestadoras de serviços e corrige abaixo dos índices de inflação a tabela do IRPF das pessoas físicas.

Se pesquisarmos a última edição do Diário Oficial da União dos últimos anos, sempre encontraremos a mesma história, ou seja, edições de MPs aumentando ou criando impostos.

A criatividade dos governos de FHC e Lula e sua equipe econômica são transferir recursos da iniciativa privada para os seus cofres mediante aumento de impostos.

Por isto temos nos pais tanta sonegação e caixa dois, porque é impossível para o pequeno e médio empreendedor trabalhar honestamente, tendo um sócio oculto e que nada oferece de retorno, tendo este CONFISCO (leia-se carga tributária), estando em torno de 40% do pib.

O país chegou num ponto, onde não é mais possível se aumentar impostos a todo e qualquer momento e todas as entidades de classe do setor de serviços, se revoltaram contra esta fúria tributária do nosso governo.

O setor de serviços é hoje o que mais se espande e gera empregos e o que vem sofrendo o maior aumento de impostos, o que ocasionou esta união e revolta dos empresários para reverter tal fato.

Essa união pode representar um xeque mate, ou no linguajar do presidente Lula, um Cartão Vermelho, no modo de se administrar o país.

Ano após ano, o que vemos é cada vez mais se aumentar à receita com aumento de impostos e não com a diminuição das despesas de custeio da máquina estatal.

O aumento da Taxa Selic mais uma vez, o que nos transformou em recordistas mundiais de juros (que honra e mérito ao presidente), com a desculpa de segurar a inflação e como conseqüência paralisar o país, mostra o erro desta política econômica.

O presidente Lula recebeu uma dívida de FHC de R$ 623 bilhões e em apenas 24 meses já a elevou paraR$ 812 bilhões (um aumento de 30%), mesmo com todo o sacrifício imposto ao país, mediante aumento da carga tributária e redução total de investimentos em infra-estrutura para sobrar recursos para pagamento de juros da nossa imensa divida.

Tributa-se cada vez mais e o que vemos? Nossa divida não para de crescer e o governo vê tudo inerte, esperando a bomba explodir.

Quem quiser ter uma noção de quanto se paga de imposto acesse o site www.contribuintecidadao.org.br, que permite a qualquer pessoa conferir o peso dos impostos em sua vida.

O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, só há uma forma de combater impostos; dizer ao cidadão que, como tudo corre para o mar, todo imposto corre para a inflação.

E como bem disse o jurista Ives Gandra Martins ao ser empossado pela OAB , na recém criada Comissão Especial de Estudo da Carga Tributária Brasileira: NÓS QUEREMOS UMA CARGA TRIBUTÁRIA JUSTA E QUE GERE DESENVOLVIMENTO E NÃO UMA CARGA TRIBUTÁRIA ELEVADA, QUE GERE DESEMPREGO E APENAS BENEFICIE OS DETENTORES DO PODER.

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