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Publicado: Sábado, 23 de setembro de 2017

Desígnios de Deus

25º. DOMINGO DO TEMPO COMUM

24.9.2017 – Liturgia do Ano “A” de Mateus

Evangelho (Mt. 30, 1-16)

 

“”    Naquele tempo, Jesus contou esta parábola a seus discípulos:

“O reino dos céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha.

Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia e os mandou para a vinha.

Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça desocupados e lhes disse:

‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo´,.

Eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde e fez a mesma coisa.

Saindo outras vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça e lhes disse:

´Por que estais aí o dia inteiro desocupados?´

Eles responderam:

´Porque ninguém nos contratou´´.

O patrão lhes disse:

´Ide vós também para a minha vinha.´

Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador:

´Chama os trabalhadores e paga a eles uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!”

Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata.

Em seguida vieram os que foram contratados primeiro e pensavam que iam receber mais. Porém cada um deles também recebeu uma moeda de prata.

Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão:

´Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro.´

Então o patrão disse a um deles:

´Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos um amoeda de prata? Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?´

Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.”    “”

 

Imaginem se a paga de serviços prestados fosse regida apenas do ponto de vista humano, o relato deste evangelho certamente causaria estupefação.

Como aceitar a fixação de recompensa única a serviços diversos, de duração toda diferente,  quando comparados entre si?

O primeiro detalhe que escapa – embora este evangelho disso não cuide – é que a feitura de um mesmo trabalho não é necessariamente igual, mesmo se feito em semelhante duração de tempo. Habilidades pessoais precisam ser levadas em conta.

Bem, tais cogitações, de rigor, não entram no critério interpretativo desde evangelho, uma parábola exposta por Jesus. O ser humano, desde que sereno e justo perante a própria consciência, pode recompensar diferentemente serviços iguais ou parecidos, a seu bel prazer, desde que tudo fique acertado.

Cada cidadão, desde que inatacável na sua conduta , é o dono do que possua e do que eventualmente queira despender, retribuir ou pagar.

Mesmo que se levasse totalmente para o lado da espiritualidade, mesmo assim, os critérios divinos refogem ao juízo humano, além de serem insondáveis e imperscrutáveis os seus desígnios.

Há inclusive uma obviedade alcançável até ao raciocínio apenas humano, de que de Deus só advém o imperscrutável, com plena certeza todo ele impregnado das mais perfeita justiça.

O galardão de um e de outro, deste e daquele, se diferenciados, estarão infensos à pequenez de juízos humanos.

A Justiça divina é lídima, escorreita e da forma como Deus a concebe.

Desígnios insondáveis.

                                                                                    João Paulo

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