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Publicado: Sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Descendência indígena

Ante múltiplas tendências comportamentais modernas, à título de ironia, passei a refletir que grande parte de concidadãos e concidadãs, inclusive a moçada descompromissada, considera os nossos ancestrais indígenas como paradigmas da modernidade.
 
Trocando em miúdos: usar brinquinhos, piercings, sobretudo nos lábios e umbigos (para mulheres), tatuagens nas diversas partes do corpo – braços e nádegas -, é estupendo, eloquente sinal que o mundo selvagem nos encanta e seduz. O máximo, porém, dessa herança selvagem se encontra nos campos de nudismo “infelizmente” tão pouco difundidos e nas barrigonas das grávidas – “tão belas e sedutoras”-, alvo frequente da divulgação midiática.
 
Há alguns anos (não guardei bem a data), a líder emissora “plim, plim” num festejado Dia das Mães, exibiu, longa e escandalosamente, até a prenhez das donzelas de menor idade, sem dúvida, pretendendo legitimar toda procedência filial. Desta forma, não me surpreendi muito com “fotogênicas barrigas” de grávidas estampadas na primeira página do principal jornal de Campinas, de 10 de agosto corrente (2009).
                           
Assim, ao que tudo indica, os ideais cristãos a serem implantados junto aos selvícolas, parecem que ruíram por água abaixo. Ao invés de evolução a caminho do progresso e da civilização está ocorrendo involução no sentido não de aceitar e respeitar hábitos indígenas, mas de incorporá-los com plena legitimidade nos costumes do homem culto e cristão contemporâneo.
 
Essa estória de pretender a exaltação do naturismo fisiológico das grávidas é inelutavelmente de muito mau gosto, inobstante sirva como exemplo frisante de quanto padece a mulher que se torna mãe, carregando em seu ventre aquele ser que nem sempre é pequeno e delicado. Também pode servir para moderar os impulsos sexuais masculinos menos submissos, despertando o subconsciente sobre as consequências dos relacionamentos íntimos do homem e da mulher.
                           
Os propugnadores do prazer, como primordialidade no amplo relacionamento masculino e feminino íntimo, paradoxalmente, como a divulgação acima mencionada, estão facilitando a tarefa dos educadores cristãos, na repressão a essa incorreta postura, como se salientou.
 
Os piercings e as tatuagens, por si só, com o tempo, inelutavelmente, serão abandonados, pois qualquer indígena de quinta categoria ou mais civilizado, sabe da nocividade e perigo que tais práticas e costumes, representam para a saúde do corpo. Se esses mesmos propugnadores, por outra falha metodológica, caírem na asneira de promoverem constantes exibições de “délivrances” nos seus mínimos detalhes, seguramente contribuirão para otimizar a continência dos celibatários e incrementar a virtude da castidade, tão vilipendiada nos dias de hoje.

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