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Publicado: Quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

De mera curiosidade

De mera curiosidade

De mera curiosidade sim, mas interessante ver os fatos de outros ângulos, às vezes nem percebidos pelo volume das notícias,  que logo se acumulam e caem no olvido, para dar sempre vazão aos acontecimentos mais recentes.

Vai ficando tudo para trás e antes que desapareça, é ver por exemplo como os fatos se precipitaram, a partir do desditoso acidente que tirou de cena o zeloso Ministro do Supremo, Teori Zavascki.

Alguns dos implicados na novela da Lava Jato se misturaram a políticos outros e também a pessoas gradas, para comparecer às homenagens póstumas – tão rápidas por sinal.

Pairou no ar, sem definição clara, mas que velada até deu para se sentir, um certo frenesi, esperançoso de que um nome mais benigno viesse a substituir o falecido.

Na mesma linha de trama surda, correu ideia de que todo o trabalho da Lava Jato teria pelo menos uns dois meses de paradeiro, porque as 77 esperadas homologações deveriam ter sido um próximo ato do ponderado Teori.

Além de tudo, outra bisonha expectativa, a da possível indicação de um nome bem mais brando – e acentuadamente político - para substituí-lo na corte maior.

É aí que entra em cena uma atitude firme, serena e sábia da insigne Presidente do STF, a ministra Carmem Lúcia. Fecha-se ela no gabinete do falecido e em dois dias promove a decidida homologação dos 77 nomes. Determinação e tirocínio.

Para complemento, os céus, - que Deus tudo vê e é misericordioso, - fazem com que a substituição de Zavascki recaia sobre o ministro Fachin, até ali da Segunda Turma.

Havia – quem o negaria – uma certa apreensão quanto à hipótese (para não se dizer desastre) de que um nome mais político que jurídico pudesse vir a assumir a vaga.

Hoje a imprensa, embora sem muita convicção, já passa a hipótese de que o investido na missão poderá ser, diga-se, mais brando ou algo assim. É esperar e ver.

Rápida referência, então, para o quadro dos políticos propriamente mencionados na trabalhosa operação, a dita Lava Jato.

Capitulados nessa operação, contam-se cinquenta nomes, distribuídos pelos vários partidos e origens em todo o Brasil. Curioso e interessante verificar esses enquadramentos.

O PP, guloso, só de sua grei, tem nada menos do que 31 implicados.

O PT, com 8 e o PMDB, com 7; forçoso reconhecer que, em questão de tramoias, respondem os componentes desses dois partidos em igualdade de condições, até porque as safadezas datam de muito tempo, ainda de quando andavam de braços dados. Sejam pois considerados em uníssono como segundo colocado.

O PSDB, SD, PTB, cada qual com um nome, além de outro sem partido.

Interessante também saber de que estado da federação se originam esses 50 personagens.

Rio Grande do Sul e São Paulo, lideram, com seis nomes cada.

Alagoas, Bahia e Pernambuco, quatro figurantes para cada um.

Com três nomes cada, aparecem o Rio de Janeiro, Paraná e Goiás.

Dois personagens cada, para os estados do Ceará, Maranhão, Rondônia e Minas Gerais.

Roraima, Paraíba, Piauí, Acre, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; um político para cada um.

Fora apresentada na internet (globo)  uma listagem com a foto do semblante dos aqui mencionados.

Vinte e quatro deles espelhavam um largo e aberto sorriso; quatro, também, mas de sorriso mais contido; seis, teriam se preocupado com uma pose fotográfica; dezesseis, sem qualquer expressão marcante.

É o Brasil de hoje.

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