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Publicado: Segunda-feira, 4 de outubro de 2010

De mal para toda a vida

Acho que a grande imprensa e os sindicatos dos professores cansaram de ser desmentidos quando divulgam que o "pobre, coitadinho" do professor sofre agressões verbais, psicológicas e físicas na sala de aula.

A toda notícia desse tipo, fazemos questão de colocar o outro lado. O aluno revida, e quando revida, vira agressor, ou um perigoso bandido em potencial. Tem que sofrer agressão e ficar calado.

Nenhuma instância acolhe a denúncia contra o professor. Quando acolhe não dá em nada. Pura perda de tempo, onde um pai observa que muitas vezes denunciar um abuso ou uma violência contra professor se volta literalmente de modo feroz contra seu filho. Por isso os pais se calam, conformados.

Do jeitão brasileiro. "Não tem remédio, remediado está".

Com certeza não são todos os professores de escola pública que espancam e humilham os alunos.

Com certeza são a minoria, os que são educadores e que não concordam com os companheiros. Se calam também por uma questão de sobrevivência na escola. Ou se cala e se omite ou sai da escola.

Agora inventaram uma nova maneira de demonizar aluno. Já que não se pode falar nem escrever que aluno ofende, insulta e agride professor, escrevem que aluno agride aluno.
Sempre ouvi contar que muitas vezes, na escola, as melhores amizades entre colegas começam com um olho roxo.

Criança e adolescente brigarem é muito comum. Normal, mesmo dentro de casa entre irmãos e primos. Brigam se engalfinham e ficam de mal para toda vida. Horas depois estão de bem...

Nem me atrevo a analisar essa conduta infanto-juvenil, mas quem tem mais de um filho, sabe que é assim. Cabe aos adultos corrigirem, sobretudo com bons exemplos.

Muito comum adulto criticar os filhos que brigam por qualquer coisa e depois por qualquer fechada no trânsito, querer brigar. Até se matam por qualquer bobagem, sem nenhum controle de suas emoções.

A imprensa passou a divulgar brigas entre alunos como se fosse um crime hediondo.

Junto com a notícia sempre vem a observação do apresentador, demonizando os brigões que são sempre alunos de escola pública.

Demonizam aluno que briga e transforma um fato corriqueiro que poderia ser tratado como uma função do adulto corrigir e aconselhar, como uma situação de horror cometida por criaturas que nem merecem estar na escola. Monstros.

Aonde vai levar isso a gente sabe.

Alunos na rua aos montes. As escolas esvaziando e a violência crescendo.

Aquele aluno que brigou e a imprensa transformou em bandido perigoso, via de regra, nem precisa ser esforçar para se transformar em desgraçado, pela nossa imprensa infeliz, pedófoba e cega.

Também temos que lembrar que a imprensa pequena, os jornalistas não atrelados a corporação dos professores, riquíssima e poderosa não dão esse tipo de notícia e se dão não fazem comentários pedindo rebaixamento da idade penal...

Então, estamos de mal para toda vida da grande imprensa...

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