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Publicado: Segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dançam "dados" a brincar?

“ Deus não joga dados”
Albert Einstein
 
Os dados que Deus não joga
Por deplorar o azar,
 
Não reclamam qualquer paga
Sobre a sorte no jogar,
 
Não sentenciam de toga
Nem se cobrem de pesar,
 
Pela falta que não traga
Resultados ao rolar,
 
Só prazer ao ego afaga
Vocação do seu brincar,
 
No revolto humor da vaga
Nessa paixão aziaga
Que espraia lúdico brindar,
 
Como vai-vem e descarga
Da espuma branca a orlar
A praia do meu lugar,
 
Como ação simples de abarga
Sob o sol do imenso mar
Ou prateado luar
A pescar sem se cansar,
 
Como o bem e o mal à ilharga
Esmorecem, até acabar,
 
- infalível teriaga
Contra quem não sabe amar,
 
Como quem espera vaga
Na fila do bem-estar –
 
Como a fé, esteira ou saga
Vão e vem, além do mar
 
Com nuances de quem roga
Sem pressa de terminar.
 
Simples ação que não voga
Nas vagas que Deus mandar.
 
Não são os simplórios dados
Mas apenas viciados
No vício do mero azar,
 
Pois vida suspensa em soga,
Pondo em risco o livre arbítrio,
Quer logo se libertar
 
Sem perguntar se é adarga,
Bálsamo, acinte ou adaga
Pra consciência testar,
 
Sem ciência do que amarga
A essência que se jogar.
 
 
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