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Publicado: Quinta-feira, 13 de julho de 2017

Da Santa Casa de Cabreúva à África

Crédito: Arquivo Pessoal Da Santa Casa de Cabreúva à África
Greicy na sua última missão em Guiné Bissau

Conheça a enfermeira missionária Greicy Anne

Greicy Anne Silva Amaral é uma nordestina de sorriso aberto, fala solta e brilho nos olhos, apaixonada pelo que faz: proporcionar às mães o seu primeiro encontro com seus bebês.

Enfermeira obstetra, formada pela Universidade Adventista de São Paulo, a jovem de apenas 26 anos trabalha na Santa Casa de Cabreúva há sete meses e já se mostra uma verdadeira especialista em transformações: com ela o receio vira confiança, o medo vira esperança, a dúvida vira resposta, a solidão vira risada, amizade, parceria. O frio vira humanização. Greicy – assim como as demais enfermeiras obstetras da Santa Casa – realiza um trabalho que requer muita técnica, mas mais carinho. Muito estudo, mas mais empatia. Muita dedicação, mas mais vocação. Ela acolhe gestantes no caminho até sua grande alegria: o nascimento de seu filho.

Aos 14 anos, Greicy decidiu que queria viajar o mundo e ajudar as pessoas. Escolheu enfermagem, pois saberia que com isso, seria capaz de ajudar muita gente em qualquer lugar. Segundo ela, foi através de amigos que já realizavam esse trabalho em Guiné Bissau (um dos 10 países mais pobres do mundo), que ela teve a oportunidade de vivenciar sua primeira experiência no continente africano, para onde já foi duas vezes como voluntária.

Leia o relato da enfermeira:

“A experiência que tive em Guiné Bissau foi uma das melhores da minha vida. Eu prezo muito a humanização e simplesmente não tem como ir até lá e não se sensibilizar com a situação daquelas pessoas. Eu fiquei em Bissau, capital do país, e pude entrar em contato com uma realidade surreal onde eles não têm sequer o mínimo. Não tem nem saneamento básico, é uma realidade miserável, mas lá recebi uma lição de vida incrível. Nós temos tudo e não damos valor, eles não têm algo simples e essencial como água potável, mas agradecem pelo Sol e pela Lua que iluminam o céu, a alegria e gratidão deles são imensas e esse ensinamento não tem preço.

A minha maior motivação é poder ajudá-los a cada missão, é tão bom saber que eles nos esperam e que apesar do simples o objetivo é alcançado! Para ser missionária, além de disposição, é preciso amor, afinal é o amor que muda tudo! Quando cheguei naquele país, apesar de ver tanta miséria, tive certeza que Deus existe e não se esquece dos filhos Dele. A maior prova era que eu estava lá junto com um grupo cheio de amor e disposição para ajudá-los.

Na Santa Casa minha maior realização profissional é literalmente partejar e fazer parte do momento mais importante de cada gestante. Abraçar cada uma, segurar firme na mão, olhar no olho e dizer ‘não desiste’ e no final poder entregar o que ela mais espera: o amado filho. Quando acaba e elas choram de alegria e me agradecem por ter sido um anjo na vida delas, sei que cumpri minha missão. Eu amo esse trabalho e, se eu pudesse voltar no tempo e escolher de novo, a decisão seria a mesma.”

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