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Publicado: Segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Crise Geral

Abateu-se uma crise política sobre o país que parece envolver tudo. Em palavras mais claras: surgiu decepção muito grande sobre determinados políticos e partidos, com isso atingindo o próprio governo que se servia desses políticos e partidos. Como a grande maioria ainda depositava esperança no governo para concretizar importantes e necessárias obras ou realizações, sentiu-se frustrada dolorosamente. O trágico dos erros e fracassos, geralmente são sentidos nas conseqüências e seqüelas. Baixou desânimo geral, porque a esperança sumiu, deixando exposta a crua realidade.

O dia a dia anda monótono porque o homem moderno pouco se importa com as coisas divinas, dedicando o máximo do seu tempo aos problemas materiais. Talvez não perceba nenhuma anormalidade nisso, pois vem sendo criado nessa labuta sem fim, objetivando primeiro “o pão nosso de cada dia” e relegando o “vosso reino” para etapa complementar. Os remanescentes da primeira metade do século XX, educados cristãmente para cuidarem primeiro do “vosso reino”, que o resto advirá “por acréscimo”, é que entendem que aí se depara também, como que uma crise espiritual. Estaríamos pois mergulhados em crise geral e como tais abatidos e desarticulados para soluções escapistas.

Nos velhos tempos, tinha-se consolo na vida espiritual intensamente vivida nas congregações marianas, vicentinos, outras organizações religiosas e na própria vida paroquial. Constantes pregações eram encontradas (inclusive com famosos pregadores do momento, como o Padre Marcel Marie Desmarais, o Padre Roberto Saboya de Medeiros e muitos outros). Então os aborrecimentos e preocupações da vida material, prontamente eram esquecidos, diluídos ou superados, com os eflúvios da espiritualidade reinante. Hoje, com a mudança de hábitos e costumes, pode-se afirmar que essas salutares atividades ou desapareceram por completo ou tão incipientes são que, de pouca valia, nada resolvem.

Concluímos, pois, que a crise é globalizada e como tudo que é abundante torna-se difícil de manipulação, face o transbordamento dos excessos. Mais do que nunca precisamos retornar ao íntimo de nosso ser e nele descobrir os caminhos que deveremos seguir, as decisões que precisaremos tomar. No íntimo da consciência, os erros, inconseqüências, pusilanimidades serão deflagrados em sua nudez real. Com o intercâmbio da oração sincera, na confiança absoluta na Divina Providência, será possível superar mais essa crise que, para muitos tomou proporções arrasadoras, como dos terríveis furacões Katrina e Rita. A fugidia alegria, então, e apesar de tudo, poderá renascer.

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