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Publicado: Segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Criança sem esperança ou quem cala consente

De novo a Rede Globo, no seu site G1, tendenciosa, apóia O PROJETO CRIANÇA DESESPERANÇA. Mostra cidades da Bahia copiando o toque de recolher para criança e adolescente de Fernandópolis SP como uma medida de sucesso. N verdade foi um fracasso; transformou Fernandópolis em uma gigantesca Cracolândia.

Cidades pequenas como Antonio Cardoso, Epicaetá e Santo Estevão, no interior da Bahia, adotam a medida desastrosa e inconstitucional do toque de recolher, com medidas mais duras e menos democráticas ainda. Cidades muito mais pobres com tendência ao povo menos esclarecido. Aceitam as medidas truculentas e injustas como naturais. Assim como povo menos esclarecido aceita a corrupção como inevitáveis.

Em São Paulo, não deu certo em Fernandópolis, o CONANDA deu em cima e a ação está desmoralizada. Não proliferou para todo estado como era a intenção.

Impedir criança e adolescente de circular pela cidade, não diminuiu a violência e não educa.
Repressão no lugar de educação sempre traz resultados desastrosos e produz resultado contrário.

Responsabilizar criança e adolescente pelo tráfico de drogas e pela violência é uma estupidez, uma vez que apenas um por cento dos crimes são cometidos por adolescentes sozinhos.

Em Fernandópolis, a polícia militar saiu “enquadrando” aluno que cabula aula, com direito a ser filmado pelas câmeras da televisão, e os policiais dando entrevista, felizes, como se tivessem acabado de prender um bandido perigoso que oferecesse risco para toda sociedade.
Esqueceram perseguir os traficantes, que tomaram conta da cidade?

Escola é direito, se é direito é obrigação do estado oferecer nela um ambiente acolhedor e produtivo. Se aluno é obrigado a permanecer ali por força de lei, e proibido de faltar, então é uma cadeia. Cadeia coletiva. E na Bahia começa a repressão a partir dos quatro anos de idade.

Os pais do aluno “fujão” serão penalizados da com multa de vinte salários mínimos, numa cidade onde o povo sobrevive com salário mínimo ou com os programas Fome Zero, do Governo Federal, que valem R$ 10 (por mês). Ameaçar os pais com uma multa assim descomunal é um terrorismo atroz, brutal…

Se conhece o grande pelo modo com que trata o pequeno. Que tipo de justiça é essa, e que tipo de cidades dão essas da Bahia, onde impera essa lei responsabilizando os pequenos a partir dos quatro anos. Se é um lugar onde é obrigado a ficar, sem nenhum direito de defesa e nenhuma regalia, ficar ali na marra, é uma cadeia.

Então podemos dizer que em Santo Estevão , Antonio Cardoso e Epicaeta na Bahia, o rebaixamento da idade penal foi para quatro anos de idade.

Pior ainda, sem nenhum crime. Nasceu pobre na Bahia e com azar de ser pobre nessas cidadezinhas, aos quatro anos é preso sem ter cometido, ainda, nenhum delito.

Uma espécie de prisão preventiva, sem nenhum motivo.

Ficarão presos até os 18 anos. Depois, salve-se quem puder, como acontece em Fernandópolis.

A PODEROSA GLOBO, no seu site, se esqueceu desse lado.

Se a função da imprensa é informar, ela não informou que em Fernandópolis não deu certo, não podia dar.

A diferença é que no Estado de São Paulo o povo é minimamente mais esclarecido que na Bahia, pelo jeito. Aqui o povo está reagindo…

Educando os jovens evitaremos punir os adultos.

Na Bahia já pune criança a partir dos quatro anos e terão que construir novos presídios, isso se esses futuros revoltados, transformados em criminosos pela sanha e incoerência dos adultos, não migrarem para São Paulo e Rio de Janeiro…

Todos pagaremos a conta dessa insanidade.

Em plena época eleitoral, se comete uma barbaridade dessas e nenhum candidato fala disso.

Calam. E quem cala consente.

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