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Publicado: Segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Consumo de energia também pede reflexão

Na semana passada, falei neste espaço destinado à vida dos condomínios, sobre a questão da implantação ou não de hidrômetros individuais em condomínios, a chamada hidrometração.

Esse assunto, por ser de grande interesse comum da população sorocabana, suscitou muitos e-mails dos nossos leitores e, ao mesmo tempo, abriu espaço para uma reflexão mais abrangente também sobre a questão do consumo de energia elétrica em conjuntos habitacionais, verticais ou horizontais, outro grande dilema para os síndicos.

Embora existam campanhas que alertem sobre a problemática da saturação energética não só no Brasil, mas também no mundo, e enfoquem o desperdício, tanto de água quanto de energia elétrica, como o grande desafio deste novo século, o problema está longe de encontrar uma conscientização plena e madura por parte da maioria da população do planeta.

A situação, no entanto, torna-se mais crítica quando o desperdício de água está combinado à necessidade imperativa de se fazer o bombeamento para captar esse precioso líquido que sai tratado dos reservatórios do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) com destino às residências.

Ocorre que há condomínios que, devido à localização, muitos deles foram construídos em áreas acima ou no mesmo nível dos reservatórios do Saae, são obrigados a fazer o tal bombeamento, usando potentes motores elétricos, posto que a força gravitacional, neste caso, não favorece ao processo, tornando-se quase que impossível encher as caixas de água das unidades de forma natural.

Todavia, com o uso desse recurso tecnológico, a conta de energia elétrica dispara e, como o custo geral é rateado entre os moradores, nessa situação, não há, em tese, como apontar quem consumiu mais ou menos energia.

Isso só poderia ser diagnosticado se cada unidade residencial do condomínio tivesse mais de um hidrômetro, principalmente na área de serviço. Há casos, lembram os especialistas, que seriam necessários até quatro equipamentos de medição por unidade, o que, de fato, é praticamente inviável, dada a complexidade da situação.

Diante desse impasse, alguns síndicos podem estar questionando: então, qual é a saída para tão problemática questão. Em primeiro lugar, recomenda-se, como disse anteriormente, uma consulta técnica junto ao Saae para estudar o fato-problema, pois como dizem no popular, cada caso é um caso.

Os técnicos recomendam, ainda, que os síndicos observem se próximo ao residencial que enfrenta essa problemática não há um reservatório em um ponto mais elevado para que os moradores passem a receber água tratada sem a necessidade de bombeá-la.

Clima de guerra

Na verdade, o síndico que estiver empenhado em diminuir as despesas e gerar conforto para o condômino deve declarar “guerra” ao desperdício, fazendo campanhas de conscientização, para que os moradores façam uso racional da água e também observem se não há vazamentos nas unidades.

Segundo os encanadores, as chamadas válvulas de descargas sanitárias (padrão hidra) são as principais causadoras de desperdício de água, uma vez que, como o passar do tempo, esse mecanismo se desgasta e, toda vez que o mesmo é acionado, o volume de água está além do necessário. Muitas moradias estão optando pelo sistema de gabinete junto ao vaso sanitário, a chamada descarga econômica.

Além disso, o síndico também poderá observar, durante o período noturno, o registro central de consumo do condomínio. Se durante a madrugada o hidrômetro assinalar mudanças, é porque, em tese, o residencial tem vazamento.

É preciso ficar claro para todos os moradores que quanto maior o consumo, maior será conta, tanto de água quanto de energia elétrica. E quem paga é o próprio morador!

Pois bem, prezado leitor, espero que esse enfoque tenha sido útil e também esclarecedor, dirimindo algumas dúvidas a respeito dessa questão. Caso queira participar com sugestões de assuntos que ache pertinentes ao espaço, envie sua mensagem para [email protected]

Boa semana a todos e até o próximo encontro. Até lá!

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