Colunistas

Publicado: Terça-feira, 17 de maio de 2011

Consumismo Infantil

Consumismo Infantil

“Mãe, olha eu quero aquela boneca que fala e troca a fralda”. “Pai me compra aquele carro que mostrou na TV que toca a sirene”. “Mãe eu quero aquele celular”. Quem nunca ouviu estas frases ? Quem nunca cedeu as tentações e vontades dos filhos ? Pois bem ! O consumismo infantil esta cada vez mais em alta na sociedade brasileira, sendo considerado como uma das características mais marcantes da sociedade atual.

As crianças mais vulneráveis que os adultos cada vez mais cedo sofrem graves conseqüências relacionadas ao excesso do consumismo, tais como obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da agressividade e violência, entre outras.

Desde cedo, existe uma competição, pela melhor boneca, pelo melhor carrinho, o último celular lançado, o lap top do momento entre outros, causas primárias de outros problemas maiores, como o bullyng por exemplo.

Carros, roupas, alimentos, eletrodomésticos, quase tudo dentro de casa tem por base na maioria das vezes o palpite ou mesmo a escolha de uma criança, sendo a publicidade nos meios de comunicação a maior responsável, mas por outro lado, não deve ser evitado, pois do meu ponto de vista, tudo tem seu começo meio e fim na criação do infante, no modo com que seus pais os educam podando vícios e excessos.

Mais uma boneca, mais um carrinho, um novo celular, com qual finalidade ? Porque não manter ao alcance das crianças somente o necessário sem excessos, cultivar desde pequeno o sentido do consumo consciente para que renasça uma nova geração, melhores do que nós e focadas no futuro do Planeta. Isso não é sonho, não é ideologia, é realidade e se não começarmos a aderir o amanhã poderá estar cada vez pior.

Óbvio que o consumismo infantil esta ligado principalmente a produtos e serviços que sejam associados a personagens famosos, brindes, jogos e embalagens chamativas, sendo que a opinião de amigos também conta forte influência, mas vale ressaltar cabe aos pais e responsáveis coibir excessos, não proibindo ou evitando que se faça ou deixe de fazer alguma coisa, mas fazendo brotar no íntimo da criança a consciência de seus atos, como aposto que muitos de vocês leitores tiveram avós os quais lhe ensinaram muito, como eu tive.

Concentrar todos os nossos esforços no consumo é contribuir todo dia para um desequilíbrio global e o consumismo infantil é um problema que está ligado tanto à educação escolar como doméstica e as crianças que aprendem a consumir de forma inconseqüente poderão desenvolver critérios e valores distorcidos e gerar um grande problema de ordem ética, econômica e social.

Não poderia deixar de mencionar que hoje existem projetos os quais se preocupam com esse assunto, como o Instituto Alana, o qual fiscaliza e combate qualquer tipo de comunicação mercadológica dirigida às crianças por entender que os danos causados pela lógica insustentável do consumo irracional podem ser minorados e evitados, se efetivamente a infância for preservada em sua essência como o tempo indispensável e fundamental para a formação da cidadania. Para este Instituto, indivíduos conscientes e responsáveis são a base de uma sociedade mais justa e fraterna, que tenha a qualidade de vida não apenas como um conceito a ser perseguido, mas uma prática a ser vivida, a qual eu apoio e concordo plenamente.

Faça você a sua parte também, ensine, mas não force, incentive, mas não proíba, deposite o seu carinho, o seu amor para fazer brotar no íntimo do seu filho a semente de um consumo consciente, de um futuro promissor e faça nascer assim uma nova geração melhor que a nossa.

Comentários