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Publicado: Segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Conhecimento nunca é demais

Oi, saudades

Neste período em que fiquei sem escrever aprendi muitas coisas, que vou partilhar porque não sou egoísta...Algumas delas têm a ver com o mundo moderno. Por exemplo, li sobre duas coisas que não existem mais, em 2014. Uma delas, o futebol arte. A outra é os conceitos de vô e de vó: ambos estão na academia tentando se passar por netos...Falando em academia, aprendi naquela onde treino que beijinho do ombro (para os desatualizados, uma música de Valeska Popozuda, cuja letra diz Beijinho no ombro pro recalque passar longe Beijinho no ombro só pras invejosas de plantão) é para os fracos, os fortes beijam o joelho. Para quem tem dúvidas, sugiro tentar...

Ainda na discussão de forma física, não me lembro onde li ou ouvi, uma sapientíssima frase: a única coisa pela qual se pode ou se deve assumir responsabilidade é em relação ao que se come ou que se bebe. E no quesito saúde, estava eu outro dia no meu supermercado quando lembrei do último “milagre” da nutrição contemporânea: uma tal coisa chamada Goji Berry, recomendado por uma amiga, discutido em sites e que tais....eu já tinha ouvido tudo a respeito há meses, mas só lembrei dentro do supermercado há poucas semanas. Cheguei ao lugar onde deveria encontrar a coisa e não achei, claro! Encontrei o responsável pela arrumação das gôndolas e o abordei gentilmente, dizendo que tinha uma pergunta “nada a ver”. Resposta imediata do bem treinado funcionário: a senhora quer saber onde fica o Goji Berry?. E isso era...!

São Paulo é uma cidade onde muitas surpresas podem acontecer. Hoje fui almoçar num local onde os pais se sentem à vontade para levar seus filhos, pois há atividades de animação. Então, domingo na hora do almoço...há muitas crianças. Cheguei e vi uma menina de uns 4 anos com um laço pink no cabelo, com toda a roupa combinando. Não resisti e disse à fofa que tinha adorado seu laço (e era verdade) . Seu pai perguntava a cada 5 minutos para o garçom a que horas começava a atividade...até que começou. A menina foi, ficou um tempo e voltou, cheia de balões com formas...passando pela minha mesa, me deu – morrendo de vergonha - de presente um deles, que representava uma flor...eu fiquei comovida. Um elogio, quando percebido como sincero, faz milagres. Ganhei o dia. Outras coisas de São Paulo me deixam muito irritada: desde que entrei para o movimentos dos sem carro, caminho ainda mais do que eu já andava. Perto de hospitais é relativamente comum, mesmo que aqui seja proibido (nem sei se ainda é, mas no ano passado havia aqui uma lei que permitia multar profissionais de saúde uniformizados na rua), identificar médicos e enfermeiros pelo traje. Pois outro dia passou um, a caminho do trabalho, claramente, de roupa “civil”, um jaleco, esteto no pescoço para ninguém confundir com outra categoria, imagino, e para completar ...um vistoso crachá. Além das fortes confusões entre a casa e a rua, já existem também aquelas que introduzem a organização nessa mixórdia! Outra característica da minha terra e dos nossos tempos é o celular... Todo mundo anda com o apêndice. Os tons de chamada são inacreditáveis, altos e mais alto ainda é o tom de voz das pessoas que falam. Queiramos ou não, ouvimos meias conversas, meias histórias...tanto que outro dia, para meu pasmo, no metro, no meu vagão havia – além de mim – só mais uma pessoa sem o aparelho visível e com as orelhas desocupadas. Eu estava ao lado dele e vi que ele lia...um livro do Garcia Marquez. Podia haver uma campanha para ler no transporte coletivo. Morando aqui, eu não tenho coragem de levar um tablet ou equivalente, então carrego comigo – quando sei que vou usar condução – um livro de tamanho adequado. E me sinto em Paris, em NY, em Lisboa.

Para completar um domingo bem bom, fui ver um filme no reinaugurado Cine Belas Artes. A sala onde eu estava tinha muito pouca gente, em pleno domingão – espero que fosse devido ao horário. Mas só ter ido lá, depois de três longos anos, foi um grande prazer. Além de tudo, a entrada é mais barata que em boa parte dos demais cinemas, pelo menos dos de shopping e até dos de rua. Não verifiquei o preço da pipoca, mas havia gente com sacos gigantes. Continuam vendendo clássicos do cinema, camisetas e outros bens que podem ser desejados. E consumidos por quem pode!

Beijos, torçamos pela chuva em São Paulo, bom final de agosto, esperando que sua fase aziaga já tenha passado..

Boa(s) semana(s)

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