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Publicado: Domingo, 26 de junho de 2016

Confissão de liberdade, percepção da realidade

Crédito: Álbum de família Confissão de liberdade, percepção da realidade
O mar sempre tem respostas

Não raras vezes nos deparamos com situações e que nos tornamos reféns do próprio amor, e do amor que dedicamos a outrem, amigos, parceiros, ou mesmo familiares, descortinando a verdade que tentamos esconder, muitas vezes por toda uma vida. Mas, de repente, em um milésimo de segundo, em um piscar de olhos, percebemos o quanto dependemos de nós mesmos, descobrimos que somos donos de nossa própria luz, ou de nossa própria escuridão.

Esta “descoberta’, este “abrir de olhos”, nos liberta, solta as correntes, acaba com a hipocrisia, devolve a força interior, nos conduzindo, cabeça erguida, para o futuro, para nosso pote dourado.

 

Confesso, preciso confessar, senti sua falta

Em todo este tempo de espera, senti muito sua falta

Por todos esses anos em que estive presente

Sempre presente em sua vida

- Embora você ausente

Senti sua falta, muita falta!

Muita mesmo!


Lembrei-me dos muitos momentos, dos fáceis e dos difíceis

Momentos em que não tive dúvidas, e não fiz escolha, não pestanejei

Nada a temer, nada a pensar, nada a considerar, nada a escolher

Eu estava lá, para você, e por você, eu estava lá...

Em todos esses anos, estive lá, por você...


Confesso!

Senti sua falta, senti por sua ausência

Esperei, como uma criança espera um presente

Acreditei, como uma criança acredita...

Procurei desesperadamente no meio da escuridão, no meio da multidão

Não encontrei...

Você não estava lá, não estava lá...Nunca esteve!


Confesso, senti sua falta, senti por sua ausência

Sua ausência nos momentos em que precisei...

Não preciso mais!

Senti sua falta, confesso, mas não sinto mais

Afinal, para você tanto fez ou tanto faz...


Percebi, depois de tantas esperas, depois de tantas esperas em vão

Que não fez falta, percebi o quão tolo fui...

Que tolice!

Sonhar com café da manhã, com brincadeiras no parque

Com convite para um bar, convite para uma praia, convite para um café


Que tolo fui, durante todos esses anos...

Acreditar em visitas surpresa, em palmas no portão, sonhar com sua vóz

Sonhar com risos e cantorias... Sonhar com histórias sem fim

Com um momento para falar de mim... Sim para falar de mim...

Sonhar com um ouvido amigo...


Senti sua falta! De verdade, senti muito sua falta

E chorei, chorei muito sua ausência, meu peito ficou apertado

Não está mais!

Agora está livre, liberado, liberto de sua presença

Sua imagem vai, aos poucos, ficando longe, longe...


Meu peito se abriu para outros amores, para outras conquistas

Fui um tolo em acreditar no bem, na gratidão, na razão...

Fui um tolo, confesso agora, em sentir sua ausência...

Você nunca esteve presente!


Nos momentos mais lindos, senti sua falta...

Nos momentos em que queria, precisava, precisava desesperadamente

Precisava de qualquer jeito dividir a alegria, dividir as conquistas em seu nome

E precisava de um afago, de um abraço, de um carinho, de um sorriso

Confesso, senti sua falta...


Mas, confesso agora:

Estou vivo!

Mesmo com sua ausência, estou vivo, e estou feliz

Mesmo com a dor da sua falta em minha vida, por todos esses anos, estou vivo!

Minha vida ficou mais forte!

Percebi que não me faz mais falta

Estou livre!

E estou bem vivo...

Você não me faz mais falta!

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