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Publicado: Segunda-feira, 8 de outubro de 2001

COMPARAÇÕES

Depois do atentado do dia 11/09, a economia mundial recebeu um golpe duríssimo que provocou queda nas bolsas, promessas de demissões e fechamento de empresas, mas o presidente dos Estados Unidos George W. Bush, tomou medidas para diminuir esses efeitos e passar ao mercado a visão de que a crise tem que passar longe dos países desenvolvidos.
   O FED (Banco Central Norte americano), reduziu as taxas de juros para 2,5% a.a., a menor desde maio de 1962 e o nono corte este ano, medida tomada para evitar que o pais entre em uma recessão mais profunda e para que empresas e consumidores gastem mais, aumentando a demanda e consequentemente a produção, evitando-se assim demissões, fechamento de empresas e fazendo com que a economia volte a ficar aquecida.
   Aqui o Comite de Política Monetária (COPON), do Banco Central, estabeleceu que a nossa taxa básica de juros (SELIC), usada como referência pelo mercado financeiro deve ficar em 19% a.a., ou seja, uma das mais altas do mundo, sufocando empresas e os consumidores, um receituário antiprodutivo e que aumenta a recessão e faz com que a economia se retraia, pois, com os juros neste patamar o objetivo do governo é atrair capitais, mas infelizmente, são capitais especulativos e voláteis, que com o menor risco deixam o país.
   O Brasil devido a sua dependência e vulnerabilidade há muito tempo pratica esta política suicida e hoje ocupamos o 5.o. lugar no ranking entre os países com a maior taxa risco, que é a opinião dos investidores na capacidade que o pais tem ou não para honrar os seus compromissos (dívidas) interna e externa.
   Lá outras medidas tomadas foram a injeção de U$$ 100 bilhões na economia para ajudar a liquidez bancária e outras em estudo para evitar a recessão como cortes e abatimentos em impostos para pessoas fisicas, incentivos para empresas adquirirem novos equipamentos e aumento nos gastos sociais para ajudar os desempregados.
   Aqui, a reforma tributária não sai do papel, pois, o governo vem batendo recordes na arrecadação de impostos e diminuir impostos para aumentar o consumo, (ex . a correção da tabela do ir das pessoas fisicas, uma novela interminável), é uma heresia.
   Se não buscarmos objetivos a longo prazo, como uma política de incentivo as exportações (lembram-se do brado : É EXPORTAR OU MORRER), ao turismo interno e uma definição de uma politica industrial e de substituição de importações não conseguiremos um desenvolvimento contínuo e sustentado.
   Nosso pais tem enormes carências sociais em setores estrategicos e que consomem grande quantidade de mão de obra ( ex: setor habitacional) e que poderiam gerar milhares de empregos, diminuir problemas sociais, aumentar o emprego, e principalmente a confiança e a auto estima do cidadão brasileiro, além de reativar a economia gerando mais consumo e novos empregos.....
   Mas a última grande preocupação do nosso presidente é com a provável desclassificação do Brasil na próxima Copa do Mundo, e que poderia gerar uma crise sem precedentes em nosso pais, se a nossa seleção fosse eliminada, pois, somos o país do futebol e o nosso povo não poderia receber tamanha humilhação, afinal como ficaria a pátria sem chuteiras.
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