Como iludir a má experiência de voo

Para compensar a crescente redução de espaço nas poltronas e degradação do serviço de bordo, as companhias aéreas estão declarando guerra ao tédio.

Ao invés de fixar o olhar perdido no encosto da poltrona do passageiro à frente, ou compartilhar nesgas de visão externa através da janelinha de um vizinho mais afortunado, surgem novas experiências para amenizar o sofrimento com o ócio compulsório.

Isto enquanto alguém não inventa o “teletransporte”, ou quem sabe aplicações generosas do anestésico propofol, que simplesmente anulariam o lapso de tempo interminável entre o embarque e o destino.

O mais recente entretenimento de bordo, com foco em voos de curto e médio alcance, atende pelo nome de iPAX da Lumexis. Lançado durante a Aircraft Interiors Expo, em Hamburgo, é um sistema wireless que oferece distração bastante diversificada em alta definição através de uma tela fininha e bem leve – música para os ouvidos de quem busca menor consumo de combustível. E com uma vantagem adicional: não exige aquelas incômodas caixas imensas debaixo dos assentos que roubam precioso espaço das pernas.

Além do manjado trivial, há, entre outras opções também mapas dinâmicos,

possibilidade de chats entre passageiros ou mensagens diretas da tripulação, cardápios de bebidas e comidas (pagas, evidentemente), sem contar os inevitáveis vídeos de segurança. O apetrecho conta ainda com um dispositivo USB para recarga de equipamentos móveis. E a grande pegadinha: um leitor de cartão de crédito que permite fazer compras online!

Voilá! Trata-se na realidade de um tremendo “toma lá, dá cá”. A intenção é incentivar uma renda adicional para compensar o investimento e ainda trazer um bom troco para as companhias aéreas, através deste comércio complementar nascido do ócio a bordo. Ou você esperava ganhar este almoço de graça?