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Publicado: Segunda-feira, 12 de junho de 2006

Como antigamente...

Várias vezes, ouvi frases do tipo:

- Nossa ,os bebês antigamente nem abriam os olhos! Nem se mexiam direito! Hoje em dia, só falta nascer falando!

E é verdade.Não que nasciam de olhos fechados, ou nem se mexiam, mas , de algumas décadas para cá, a média do QI (quociente de inteligência), teste tradicional de medição de raciocínio lingüístico, matemático, e lógico, está mais alta.

Hoje em dia, as crianças são realmente mais inteligentes que as de antigamente, capazes de dominar um universo maior de informações.


Segundo estudos, um bebê nasce com 100 bilhões de neurônios em atividade.À medida que ocorrem as ações do sujeito com o objeto,ou seja, no processo de desenvolvimento infantil ,vão se formando estruturas mentais (neuro-sinápticas), que são uma espécie de “passagem” entre um neurônio e outro.

E quanto mais “passagens” forem formadas, maior será a rapidez de pensamento, memória e capacidade de resolução de problemas .

Jogos, brincadeiras,computadores, artes, música, esportes , leituras variadas, desafios de lógica ... são fontes inesgotáveis de estímulos que podemos oferecer às crianças, mas ,aí vai um alerta: o excesso de estímulos e atividades também prejudica. Na ansiedade (compreensível!) de alguns pais de que seu filho seja bem sucedido , em uma sociedade extremamente competitiva, acabam por errar na dose, sobrecarregando a criança com atividades e cobranças, sem que ela possa usufruir plenamente da infância , do direito de brincar, de experimentar e de errar, inerentes a qualquer processo de aprendizagem.

Estimular é preciso, mas de nada adianta tanto recurso, se não houver equilíbrio.O maior estímulo que podemos oferecer aos nossos filhos é dentro de casa.

É no afeto, na confiança que depositamos neles, na valorização de suas pequenas (e importantes!) conquistas e no respeito às suas peculiaridades que encontramos uma poderosa ferramenta, porque crianças bem nutridas emocionalmente, podem expressar sua capacidade intelectual de forma plena e tranqüila, construindo conceitos essenciais.

E mais do que nunca,precisam de cuidados ,limites, compreensão e autoridade dos pais , pois tem os mesmos temores e fragilidades de antigamente.

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