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Publicado: Sábado, 31 de dezembro de 2011

Com o selo do Ibama (feliz 2012!)

Crédito: Divulgação Com o selo do Ibama (feliz 2012!)
Oferenda só com o selo do Ibama, por favor

Redes sociais transmitem, de vez em quando, uma certa pauta, uma agenda positiva, que acaba mais aborrecendo do que colaborando. Como internet é meio terra-de-niguém, ora o tiro sai pela culatra, ora funciona.

É o caso de uma campanha feissibuquiana que rola pelos lados do litoral paulista, centro e sul, sobre a necessidade de que as pessoas que vêm passar o reveillon junto ao mar tenham consciência de cuidar do lugar onde passam a temporada.

Só para se ter uma idéia, em anos anteriores, a cidade de Santos, que sofre com a limitação física (posto que é uma ilha), teve em um dos reveillons passados seus ocupantes pulando de um número de 400 mil para 1 milhão em menos de 24 horas.

Imagine sua cidade tendo um acréscimo, em menos de um dia, de mais de 100% no número de habitantes e talvez seja possível entender o impacto que isso causa.

A primeira a sofrer é a praia. Como a praia é um dos espaços mais democráticos que existem, meia-noite, além dos fogos e alegria da chegada de um novo ano, deixa um rastro de sujeira que vai desde buracos enormes abertos na areia cheios de velas acessas dentro até espinhos de rosas lançadas ao mar.

Garrafas de vidro, garrafas pet, latas de bebidas, sacos plásticos, papéis, uma seleção de objetos que a prefeitura daqui habilmente retira entre seis e oito da manhã do primeiro dia do ano.

Isso tem um custo, inclusive, familiar. Conheço um amigo que trabalha na prefeitura daqui que me confidenciou: Marcelo, queria muito estar com minha família, mas não vai dar. É gente demais! São toneladas retiradas da praia e da cidade inteira. É o período do ano que mais trabalho.

Fica a pergunta: celebração sem sujeita, seria possível? A campanha da foto é purismo fora de hora ou é possível ter alguma ação que evite o transtorno de dar um mergulho no dia seguinte e sair dele com uma flor na cabeça?

Como esse é o último post de 2011, fica a dica. Se for possível, bem. Caso realmente não haja alternativa, amém. Tentemos cuidar para que o banho de mar no dia seguinte não esteja repleto de dejetos que bem poderiam ser evitados.

Para os que ainda não conhecem o mar, as correntezas marítimas nem sempre levam as flores para alto-mar. Dependendo da maré, o que você joga na água, em questão de horas, volta para você.

Que todos que aqui estão em Santos, ou no litoral paulista, curtam uma grande entrada de 2012. Que possamos viver em paz, em hamornia, sempre em busca de fazermos um mundo melhor para todos nós.

E caso seja realmente impossível, certifique-se de que a oferenda esteja dentro das normas do Inmetro, com o selo do Ibama.

Feliz 2012!

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