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Publicado: Domingo, 30 de novembro de 2014

Colossus: The Forbin Project (1970)

Colossus: The Forbin Project (1970)

Um dos maiores trunfos da ficção cientifica é a possibilidade de criar um universo “utópico”, independente da realidade onde você se encontra. Também podemos ser apresentados a tecnologia que pode evoluir muito. Dois exemplos são os clássicos da ficção Cientifica “2001 – Uma odisseia no espaço” a obra-prima de Stanley Kubrick, também temos “Blade Runner” de Ridley Scott. Bem eu citei esses dois filmes pela seguinte razão, primeiro por tratar a humanidade como pano de fundo e segundo porque é a evolução, tanto que nos dois filmes andróides ou robôs tentam controlar a humanidade, e usam o intelecto para isso, mas são rebaixados pela força humana. Ou seja, a força ainda vencendo a razão.

O filme “Colossus” apresenta outra óptica sobre robôs e humanos. É interessante como ele coloca sua visão e ambições no limite da emoção humana. Com uma história muito boa e interessante, o filme se surpreende com o seu final. A história se passa durante a guerra fria, os Estados Unidos da América junto com o Dr. Charles Forbin (Eric Braeden) criam um super computador para poder controlar a defesa do país, então “Colossus” é apresentado ao mundo. Parcialmente ele é visto como uma simples máquina para poder servir de proteção, e aos poucos ele começa a criar uma inteligência artificial que sai da sua programação normal. Mais tarde descobrimos que a Rússia também cria um super computador para poder proteger seu país, e Colossus entra em contato com essa máquina, e os dois começam a conversar. É interessante o conceito de como eles começam se comunicar, primeiro com a tabuada e depois passando para equações mais complexas e finalmente chegando a números binários. Então mais e mais os dois computadores vão ficando mais inteligentes e evoluindo.

É incrível como vemos algumas similaridades com filmes de hoje como “Exterminador do Futuro” quando James Cameron cita a “Skynet”, basicamente é a “Colossus”, talvez possam ser essas uma continuidade de história, principalmente pelo final que citei, podemos talvez imaginar que o filme de Cameron seja uma continuação de “The Forbin Project”. Aos poucos vemos que não temos saída em frente de uma inteligência que já determinou todos os movimentos da humanidade. O interessante é como em uma cena o doutor Forbin está jogando xadrez com “Colossus”, mas as peças invés de ser as peças normais é na verdade alguns objetos achados, como se ele tivesse involuído, ou melhor, tínhamos voltado a habitar as arvores. É legal perceber essas características que o filme apresenta menos que sejam por olhares ou por pequenas situações, ela deixa tudo mais interessante.

O filme acaba da forma mais catastrófica possível, é como tinha dito no começo dessa crítica, de como a ficção pode criar um universo utópico. A utopia que “Colossus” propõe apesar de ser uma boa causa como de extinguir a fome, guerra e outros males da humanidade ele só pede em troca obediência a ele, mas extingue a liberdade. No ponto psicológico e filosófico é interessante trabalhar esses pontos, uma vida perfeita sem liberdade. Será que é possível? Ou é mais um egoísmo humano ou orgulho de ser sucumbido por uma máquina. Esses conceitos não são respondidos no filme, mas é legal pensar nele depois.

O filme infelizmente vai ganhar um “remake” estrelado por Will Smith, e vamos dizer que vai ser ruim, já que alguns conceitos do filme vão ser obliterados e deixando ele mais burro.

Um bom filme com um ótimo desenvolvimento, e uma trama poderosa que merece ser visto e revisto. E claro se divertir ou filosofar com esse pensamento da “liberdade”. Um clássico da ficção, que realmente não perde em serem comparados com 2001, Blade Runner, Metrópoles e Solaris. Um ótimo clássico da ficção cientifica e da utopia

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