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Publicado: Terça-feira, 6 de novembro de 2012

Colhendo amargos frutos

Alguém tem dúvida que os criminosos de hoje são aqueles rejeitados pela escola pública de ontem? Já tem pelo menos uns vinte anos que se expulsa lideres da escola pública porque eles dão trabalho e cobram. Claro que fora da escola não se transformam em pessoas boazinhas. Continuam rebeldes e lideram outros jovens que também não tiveram escola, lazer, esporte, respeito e nem oportunidades.

O Estado de São Paulo deu os piores exemplos, quando criou a Ronda Escolar, polícia militar no lugar de aulas de boa qualidade. Todo mundo sabe que criança e adolescente sem ter o que fazer e confinados vão dar trabalho, mais trabalho do que se estivessem tendo aula de boa qualidade que tomariam toda sua atenção.

Começou então a campanha de demonização do aluno. Aluno é o demônio e só com pancada se resolve o problema da indisciplina na escola, então PM neles.

Policia não tem formação pedagógica, se forma para o embate com o crime e quando um policial perde  para um criminoso perde a sociedade. Na escola é diferente. Ensinar é a função muito difícil, não é para qualquer um. Tem que ter vocação. Ser professor é fácil, difícil é ser educador. O que um educador faz com o pé nas costas um professor sem vocação, sem carisma e sem "magnetum" não faz nem com reza brava.

Demonizando o aluno, responsabilizando a família pelo fracasso da escola, precisava de uma forcinha extra. O então Governador Geraldo Alckmin resolveu o problema colocando a Policia Militar dentro da escola. Como não temos alunos bonzinhos, quietinhos o suficiente, as escolas foram esvaziando e fechando.

São Paulo é o carro chefe da nação. Logo outros estados copiaram o erro e deu no que deu.

Agora estamos no rio tentando salvar a cidade que se afoga no mar de violência. Sem resolver e sem parar de jogar jovem no crime.

Os educadores perderam espaço na escola pública. No lugar dele um imenso cabidão de emprego. Como numa construção, se priorizou o telhado e não se fez o alicerce. Escola deixou de ser do aluno. Passou a ser um prédio onde os apaniguados vão assinar o ponto e esperar a aposentadoria.

O bom professor, aquele educador passou a ser mal visto. Como um trouxa. Se trabalhar ganha se não  trabalhar ganha para que trabalhar?

Infelizmente, professor não é um  ser divino, que não precise prestar contas, é um ser humano. terrivelmente humano, endeusado pela imprensa. Na medida que se paparicou e se protegeu o mal professor se desprotegeu o educador e o aluno. Então para quem não faz nada qualquer salário é muito.

Deu nisso. Prisões superlotadas e jovens que mal entraram no mundo do crime e  estão condenados. Inocentes, doentes, drogadictos, pobres e inocente, junto com a alta periculosidade e a inteligência do crime organizado. Uma escola espetacular, mas do crime. Sustentada por  todos.

Nesse caminho teremos que ter uma prisão em cada bairro. Um cemitério também.

Se Deus é brasileiro, agora ele apresentará uma solução, que do jeito que está, só Deus mesmo.

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