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Publicado: Terça-feira, 7 de novembro de 2006

Coitada da Língua Portuguesa!

“Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amote assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

A expressão "Última flor do Lácio, inculta e bela" é o primeiro verso de um famoso poema de Olavo Bilac, poeta brasileiro que viveu no período de 1865 a 1918. Esse verso é usado para designar o nosso idioma: a última flor é a língua portuguesa, considerada a última das filhas do latim. O termo inculta fica por conta de todos aqueles que a maltratam (falando e escrevendo errado), mas que continua a ser bela”.

(extraído do site http://intervox.nce.ufrj.br)


Olá pessoal!
Estamos já reforçando nossas boas ações para que Papai Noel não esqueça nossos presentes?

Este mês escolhi um tema bastante comum nos dias de hoje: os castigos pelos quais têm passado a nossa Língua Portuguesa em especial na boca e canetas de candidatos a novos empregos.

O poema acima transcrito é de Olavo Bilac e aproveitei a explicação de um dos sites onde estive pesquisando para contar a vocês que, embora sejamos influenciados a pensar, em um primeiro momento, que o poema é dedicado a uma mulher, Olavo Bilac referia-se à Língua Portuguesa!

Vemos através da literatura, que a nossa língua pátria vêm sendo maltratada há muito tempo, e que o fato de falar de modo incorreto, infelizmente aos poucos tem se arraigado aos costumes.

Em entrevistas de emprego, aumentam o número de empresas que aplicam, antes de qualquer outro teste, uma simples avaliação de Língua Portuguesa, ou mesmo uma redação de caráter eliminatório. O que se lê é simplesmente impressionante.

Todas as camadas da população têm desculpas para escrever errado:
- altos executivos dizem escrever muito em inglês e por isso ignoram acentos e concordância verbal (absurdo);
- profissionais de nível médio dizem se preocupar mais em fazer do que escrever (como se fosse justificativa) e finalmente,
- profissionais de força de trabalho pesada dizem não precisar escrever para trabalhar (vergonhoso) e assim vamos seguindo no caminho dos “inglesismos”, das gírias, da linguagem de sinais gráficos e abreviaturas, impostas pela internet e um sem número de erros ortográficos. 

Os currículos passam a ser a mais rica e atualizada fonte de erros, vou listar alguns frequentemente encontrados:
- Currícolo;
- Carteira Proficional;
- Obejetivo:
- Superior Imcompleto, (ou Conpleto, como queira!)
- Referênssias;
- Endereço para Corespondencia;
- Profição;
- Muito Obrigada (quando homens agradecem, ou muito obrigado com mulheres agradecendo);
- Areas de Interece;
- Graduassão;

Em um mercado em que currículos chegam a todo minuto, o profissional de recrutamento e seleção não gasta seu tempo tentando decifrar o que os candidatos tentaram escrever em seus currículos, portanto, nada melhor que consultar o velho e bom dicionário antes de aventurar-se e deixar más impressões.

Já nas entrevistas, não se encorajar a falar bonito para causar boa impressão é uma saída muito sábia, pois a entrevista é a única chance de causar uma excelente impressão e ser considerado inclusive para outros processos seletivos na mesma empresa.

Os contratantes estão cada vez mais exigentes em suas composições de equipe e a tendência é que o uso desses testes aumente e muito, na expectativa de trazer para o grupo pessoas com pelo menos um bom grau de comunicação.

Para quem adora gírias, palavrões, expressões típicas de determinados grupos sociais,  abreviaturas ou legendas gráficas (emoticons), a internet e as correspondências pessoais continuam sendo um espaço livre e democrático, o que não acontece com o mercado de trabalho.

Dica final: lembre-se que o papel aceita tudo, as empresas, não!

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