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Publicado: Segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Chuva de leis e seca de justiça...

A imprensa batizou de “Turno da Fome” o turno intermediário entre as 11 e as 15 horas.

As escolas querem fechar um turno deixando centena de milhares de alunos na rua. Se o problema é a fome, então é só fornecer merenda no intervalo, não?

O que acontece é que as diretoras querem diminuir um turno, para assim aliviar o fluxo e diminuir o serviço. Bom para a direção, bom para os funcionários, mas péssimo para os alunos.

Se agora temos 500.000 sem vaga, fechando um turno teremos muito mais. Só fazer a conta de 500 vagas fechadas em cada escola Municipal de São Paulo. Das 500.000 vagas faltando, 90.000 são do ensino fundamental.

As escolas que não fecharam o turno são da Zona Leste, região de São Mateus, e ainda não fecharam esse turno que ali tem uma comunidade carente, mas atuante. O fechamento do primeiro turno se deu na gestão Maluf. Esse prefeito cometeu o maior engano de sua gestão. Colocou como Secretário de Educação um sindicalista.

Este para atender os profissionais mandou fechar um turno.

Assisti o fechamento de um turno na Emef Theodomiro Dias na Vila Sonia. Foi um massacre.

A direção escolheu os alunos que ela mandaria para fora, para fechar o turno. Os alunos mais pobres, os que moravam mais longe e os que as professoras não gostavam.

Primeiro escolherem os alunos em todos os turnos, foi uma “limpa” geral. Depois ajeitaram os que sobraram em três turnos.

Essa escola era famosa na Vila Sonia, e tinha até a gestão Erundina quatro turnos e ainda funcionava um Emei com duas classes.

A Emei fechou e tiraram um turno. A escola passou por uma reforma e “encolheu”. Hoje é uma escola chinfrim, fechou o turno da fome e a direção percebeu na prática que podia tudo. O que se cometeu de violência e injustiça contra pais e alunos ali é coisa de roteiro de filme de terror.

Depois disso as escolas de São Paulo, nunca mais encontraram o rumo.

Hoje os alunos têm sede e fome de justiça. Temos chuva de leis que favorecem professores e seca de justiça para os alunos.

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