Chegou... finalmente!
Pois é...
Chegou o tal verão...
Com ele a alegria das férias, o sol, aquele banho de rio, cachoeira, mar...
Muito sorvete, roupa quase nenhuma, chinelo de dedo. Filas nos supermercados, congestionamentos gigantescos e quilométricos nas estradas do nosso Brasil, aeroportos cheios e aquela impressão de que esse verão tem tudo para ser o último. Quem não aproveitar, ...
Em cidades balneárias, a coisa fica estreita. Fico imaginando como deve ser o trem em Barra Bonita, famosa pelas suas praias ao longo do Tietê. Banana-boats, jet-skis, lanchas, iates, boias, ambulantes, e aquela multidão se acotovelando por um lugar na areia?
Aqui em Santos, o trem tá esquisito. Principalmente na abertura desse verão. Ontem, 23 de dezembro, 41ºC por toda cidade. A foto que ilustra a coluna de hoje foi tirada às 09:30h da manhã e eu já estava abrindo o bico.
Pensei comigo: atirei pedra na cruz, colei chiclete no santo sepúlcro e engraxei meus sapatos com o santo sudário... Só pode ser...!
Isso porque tinha passado a noite anterior em claro. Um disco de pizza sobre a cama e meia-hora depois estava tudo certo: o queijo bem derretido e a massa bem assada.
O fato é que pessoas de diversos lugares do Brasil vêm a Santos. Não, não somos a cidade-maravilhosa, não temos os atrativos de uma Florianópolis ou o litoral nordestino (sempre lindo!). Continuamos, e sempre, sendo uma cidade portuária. Como a praia é o que chama o turista ou o visitante na época de temporada, independe se é bonita ou agradável: tendo sol, mar e um espaço na areia, é nóis...
Esperamos que o nosso visitante não fique com aquela coisa A Lagoa Azul, com My Endless Love ao fundo, romances de verão. Terça-feira tem Wagner Parra e Futurafrica no Torto com mais uma vitrolada, dessa vez com o Gustavo Klein (editor do caderno Galeria do jornal local A Tribuna), mais o Digo, da New Gafieira, como DJs acidentais.
Esperamos que o visitante nessa temporada dê uma passadinha na Realejo, no Gonzaga mesmo, para dar uma olhada de perto no maior furdúncio editorial dessa semana, o lançamento da biografia do goleiro Marcos, do Palmeiras, escrito por Celso de Campos Jr., São Marcos de Palestra Itália, publicado pela própria Realejo e que o Palmeiras está a fim de brecar.
Esperamos que o visitante mantenha as praias limpas, desfrute de nosso humor britânico, ácido e um pouco sarcástico (porque não dizer), que o visitante que está/estará em Santos vibre na mesma frequência de onda que os nativos possuem.
Nós não temos o Cristo Redentor, nem a Lagoa da Conceição, nem jangadas, pescadores, artesanato típico, folclore ou qualquer coisa do gênero. Somos uma cidade, tão urbana como qualquer outra. De um lado da ilha, o porto. Do outro, a praia. Mas o principal ativo da cidade está em seus nativos: aqueles que nasceram e cresceram aqui. São eles o principal expoente que Santos possui. São eles que podem (ou não) fazer o visitante voltar no ano seguinte.
Mas tem de ser o nativo, nascido e vivido aqui. Estão por toda a parte... Basta treinar o olhar e encontrar um.
De qualquer forma, aviso aos navegantes: preparem-se para as filas, congestionamentos e muvucas. Isso aqui ferve nas ruas e nos termômetros. Imagine se estivessemos na mídia com algo parecido com o Pão-de-Açúcar ou os arcos da Lapa?
Certamente, seria botar a mão no termostato...