C'est la merde!
A expressão encaixa-se perfeitamente para muitas coisas do cotidiano brasileiro como o mensalão, os impostos, a politicagem, mas Jean-Paul Sartre, filósofo e escritor francês, utilizou-a para avaliar o principal prato da cozinha brasileira: a nossa feijoada.
Assim conta Ruy Castro, em sua coluna na Folha, que na década de 1960, Sartre foi convidado para uma feijoada no apartamento do jornalista José Guilherme Mendes no Rio.
Lá chegando, pediu licença para ir vistoriar a cozinha e acompanhar o preparo do famoso prato brasileiro. Ao destampar a panela, deparou-se com aquela misturança negra de carne, feijão preto e gorduras, quando exclamou:
__ C’est la merde!
Temos que dar-lhe um desconto, por tratar-se de um grande intelectual francês, acostumado à vida luxuosa de Paris. Tal era a sua excentricidade que ele recusou o prêmio Nobel de Literatura em 1964.
De minha parte, adoro uma feijoada. É difícil passar uma semana longe dela, mesmo no verão. Que minha médica não me leia.
Feliz Ano Novo, caro leitor.