Colunistas

Publicado: Quinta-feira, 21 de junho de 2012

Caneta tinteiro

Crédito: Gráfica Gavioli Caneta tinteiro

Ressuscitei a minha caneta tinteiro. A coitadinha jazia no fundo de uma gaveta junto com outras canetas e umas bugigangas. Velha companheira, quantas alegrias e apertos passamos juntos. Ela nunca falhou. Também eu andava sempre com um tubinho de tinta de reserva. Em certa época eu até achei que ela me trazia sorte.

Sempre tive certa fixação por canetas. Tenho uma coleção enorme, mas nunca tive uma dessas caríssimas, de ouro, que a gente vê nas joalherias, nos filmes e na mão dos políticos. Diferente dos garotos do meu tempo, que tinham horror em receber uma caneta de presente de aniversário, eu ficava muito feliz. E usava.

Acho que muitas vezes fui até indelicado, quando as pessoas me ofereciam uma caneta esferográfica para assinar algum documento e eu recusava, sacando a minha, tinteiro.

Por causa dela, eu era tido como excêntrico, porque tinha que escrever com cuidado para não borrar o papel e por me recusar a usar a caneta esferográfica. Muitos consideravam a caneta de plástico a oitava maravilha do mundo, eu achava, e acho ainda um lixo.

Falando nisso, foi mesmo o lixo que me fez ressuscitar a minha velha caneta tinteiro.

No clima da Rio+20, comecei a pensar em algo que eu pudesse fazer para contribuir com o meio-ambiente e passei a avaliar todos os descartáveis que utilizo e que vão parar no aterro sanitário. Copos de plásticos, sacolas de supermercados, pet´s e... Canetas.

Veja se não tenho razão: todos nós temos pelo menos uma caneta de plástico, descartável, concorda?

A população de nossa Itu beira os 150.000 habitantes. Se considerarmos que uma caneta dura um mês em média, podemos dizer que mensalmente são atirados ao lixo 150.000 canetas. Se cada caneta pesar 10 gramas, teremos 1.500 kg de plástico atirado no lixo num único mês.

Bem, de minha parte, não produzirei mais nenhuma grama desse lixo.

É a minha colaboração com a Rio+20.

Comentários