Publicado: Quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Candidatos falam de seus planos para o turismo
Planos de Governo não existiam há algumas eleições passadas. Havia, apenas, promessas eleitoreiras e demagógicas. Aí o candidato ao governo do Estado, Franco Montoro, teve a idéia de fazer um compromisso escrito com os eleitores com as suas propostas e metas.
De lá para cá, todos os candidatos a prefeito e até a vereador, procuram delinear um plano de propaganda do que acha que vai realizar, se eleito. Muitas vezes inexeqüíveis. Tudo depende dos orçamentos possíveis, pois às Prefeituras restam os impostos municipais como o IPTU, ISS, multas, algumas taxas e esperanças de algum dinheiro que venha das esferas estadual e federal.
A visão do negócio turismo é pequena e tímida. Todos se esquecem que um dos poucos dinheiros novos que entram no município, vêm pelo bolso do turista, dinheiro esse, que traz grande impacto na economia local movimentando hotéis, restaurantes, campings, lojas, artesanato, pousadas, antiquários, bares, estacionamentos, empresas de transporte etc.
O maior problema desses planos é que, geralmente, são feitos “intra-muros” por equipes de gabinete que colocam neles o que “acham” ser interessante para o turismo. Ninguém procura ouvir a população ou pelo menos o “trade” local sobre suas aspirações, idéias, sugestões etc. Não se criam canais de comunicação com o empresariado urbano e rural envolvidos com o segmento. O debate deveria até ser muito mais amplo, abrangendo a cultura, esportes, meio ambiente, ecologia... para que todos se manifestassem, opinassem e trouxessem sugestões de ações concretas em favor do município.
O prefeito eleito teria, assim, uma gama de possíveis colaboradores no trabalho de introduzir as novas propostas e acima de tudo, participar do projeto coletivo nas decisões das prioridades orçamentárias do município com atenção para as políticas públicas tendo em vista que o turismo precisa se desenvolver de forma sustentável. Nesse sentido também cabe aos vereadores o entendimento do tema turismo para que nas discussões próprias da Câmara possam ter conhecimento para decidir bem. Nas próximas eleições, o turismo merece um voto de apoio de toda a população preocupada e esperançosa no progresso e na qualidade de vida de Itu.
Às vésperas das eleições municipais, solicitamos as idéias e projetos dos quatro candidatos à prefeitura, em relação ao desenvolvimento do turismo na nossa cidade para apresentar aos eleitores em geral e especialmente os do segmento, o que cada candidato pensa do futuro do turismo em Itu. O assunto ganha importância se lembrarmos que o próximo prefeito eleito será o responsável pelas comemorações do IV Centenário, nas quais o turismo tem papel de destaque.
Infelizmente, até o dia 17 de setembro, isto é, há exatos 17 dias das eleições, o comitê de campanha do candidato Herculano dos Passos Jr. (PV) não nos forneceu o plano para o turismo do atual prefeito para sua próxima gestão de quatro anos, se re-eleito. Solicitamos com insistência aos assessores do comitê, por diversos dias, e eles nos afirmaram que o plano tinha ficado pronto no dia 15 último. Mas nada nos foi enviado e lamentavelmente devemos concluir que o plano será o mesmo de 2004, pois quase nada dele foi executado. Assim sendo, ele deve continuar valendo para os próximos quatro anos, se o atual prefeito for o mais votado no próximo dia 5 de outubro.
Algumas conclusões podem ser tiradas das idéias dos três candidatos que apresentaram propostas para o turismo ituano. Nenhum deles tocou no assunto Parque do Varvito. Nem se falou da importância de se produzir “folders” para distribuição nos portais da cidade. Muito menos de uma possível melhor integração dos jovens estudantes de turismo com os projetos da Prefeitura e de empresas do “trade”.
Nenhuma referência a um plano diretor de turismo ou a políticas públicas para o turismo, nem à construção de um pavilhão de eventos e congressos, item fundamental para uma cidade estância turística próxima à capital e com enorme potencial para turismo de negócios, além do cultural, histórico e religioso. Talvez, até, um pouquinho de redução de impostos municipais para os que investem no setor e ajudam a trazer turistas para Itu, movimento que faz rodar o comércio local, gerando empregos e renda.
Algumas obras foram citadas, mas ninguém fala se o orçamento municipal permitirá investimentos de grande porte para o turismo, o que inviabiliza qualquer trabalho mais sério por parte da Secretaria do setor. Parece que ninguém conhece a importância da integração regional com outros municípios do vale médio do Tietê, também envolvidos com o turismo. E o trem ligando Itu a Salto, empreendimento que terá repercussão nacional, quando pronto, alguém ouviu falar? Sobre a acessibilidade para portadores de necessidades especiais e idosos, nenhuma palavra.
E a questão da divulgação da nossa cidade na imprensa da capital e de outras cidades de grande porte? E o importante “lobby” nos destinos emissores de turistas, nas agências de viagens etc.? Alguma solução para os problemas de abastecimento de água, que também afetam os turistas?
Enfim, há muito para se pensar e fazer. Poderia-se começar consultando os que realmente participam do segmento turístico com investimentos, com o coração, com a vontade de tornar Itu uma cidade com maior projeção, com melhor qualidade de vida para a sua população e que encante seus visitantes.
Comentários