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Publicado: Quinta-feira, 31 de maio de 2018

Bullying, o estranho é não notar

Bullying, o estranho é não notar

Recentemente publiquei o texto intitulado “Não Espere ter 13 Porquês”, inspirado na série “13 Reasons Why”, onde apresento alguns gatilhos que podem levar uma pessoa ao suicídio e a importância da prevenção a fim de evitar que tal ato venha a acontecer, mas não me aprofundei ao falar de Bullying, e gostaria de trazer o assunto na publicação dessa semana, afinal assim como apresentado na série, o ambiente escolar está repleto dessa prática, assim como diversos outros ambientes onde exista interação entre pessoas, sejam interações físicas ou não, exemplo o virtual, caracterizado como cyberbullying.

Afinal o que é Bullying? O termo vem do inglês e se define por um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, adotadas por uma ou mais pessoas contra outras, causando dor, angustia e sofrimento. Temos na Língua Portuguesa a palavra “bulir”, que possui significado bastante próximo como causar incomodo ou apreensão, zombar, caçoar.

Como pode a Psicanálise ajudar os que sofrem esse tipo de assédio?

Para responder essa pergunta é necessário compreender que o agressor já está estruturado como alguém que não foi capaz de desenvolver a capacidade de diálogo e necessita impor-se através da violência para sustentar falsa sensação de poder sobre os demais, e precisa também receber tratamento adequado. Mas deixarei para outra ocasião falar especificamente dos agressores e suas patologias, e salientar que isso não diminui suas responsabilidades em relação as vítimas. Quanto aos vitimados, os traumas podem ser variados, infelizmente a maioria sofre zombarias por detalhes físicos ou por serem considerados diferentes da maioria, o que pode leva-los a desenvolver distúrbios alimentares, por exemplo, anorexia, bulimia e compulsão alimentar e o descontentamento com o corpo. As práticas podem vir ainda acompanhas de agressões físicas, para demonstrar força e superioridade e coagir os agredidos que se sentem ameaçados e temem procurar ajuda. Independente de como o agressor age todos esses assédios afetam psiquicamente a pessoa e o suporte psicanalítico pode oferecer suporte e ajuda.A vítima quando menor pode vir diretamente a nós profissionais pedir ajuda quando não conseguirem lidar com a situação e não souberem como contar a seus pais, pois juntos podemos comunicar os pais e contar-lhes o que está acontecendo e decidir o que será feito. E pais que já tem ciência dos abusos sofridos pelos filhos precisam priorizar o acompanhamento psicanalítico para evitarmos danos maiores à longo prazo.

E como já dito no inicio da publicação, o Bullying não se resume a um único ambiente, basta haver interação interpessoal para que exista, como ambiente de trabalho por exemplo. Independente de local e forma, se você está passando por isso, não precisa enfrentar sozinho, procure ajuda. Uma pessoa agredida quando devidamente fortalecida, supera o motivo da agressão, reage a ela ou a ignora, desmotivando a ação do autor.

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