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Publicado: Sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Brasil tem nova rede hoteleira

Brasil tem nova rede hoteleira

Trabalhando em silêncio, como costumam os mineiros, está surgindo uma nova rede de hotéis. Com sede em Belo Horizonte (MG), a incorporadora Emcorp, com a Construir e CAC Engenharia, constrói a primeira unidade Super 8 numa rodovia em Lagoa Santa, perto do aeroporto de Confins.

Trata-se de uma linha econômica licenciada pelo Wyndham Hotel Group, um peso pesado da hotelaria mundial, com quase 7,3 mil unidades e 15 marcas distribuídas em 66 países.

O grupo tinha presença tímida no País, com 14 unidades, entre três Howard Johnson, dois Ramada, nove Tryp, além de alguns Days Inn planejados a partir deste ano. "O Brasil é um mercado chave não só pela realização da Copa do Mundo, em 2014, e Olimpíada, em 2016, mas pela expansão da classe média, que busca hotéis confiáveis, com bons preços e serviço consistente", revela Bob Loewen, CFO e vice-presidente de operações internacionais da Wyndham.

Com 2,2 mil no mundo, a versão brasileira do Super 8 combina instalações padronizadas em três andares com dois elevadores. Os 100 apartamentos confortáveis e bem decorados terão ar condicionado, tevê de plasma e a cabo, telefone, água quente, wireless gratuito, café da manhã e estacionamento, ao preço médio de R$ 138 para até duas pessoas. O projeto prevê ainda seis apartamentos com plena acessibilidade, loja de conveniência e pequenas salas de reunião.

A meta é ambiciosa: criar 200 unidades em dez anos, 40 deles ainda em 2013. A Emcorp já começa a concretizar seus planos, com três Super 8 em construção e 23 contratos assinados em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Pará e Rio Grande do Sul.

Caberá à Condotel, jovem empresa gerida por experientes profissionais, a administração das unidades, apoiada pelo sistema de reservas e programa de fidelidade da Wyndham.

Qual o milagre? Na verdade, são dois. O primeiro é que os Super 8 são fabricados em oito meses em terrenos de 5 mil m2 preferencialmente ao lado de estradas, junto a cidades médias, aeroportos ou áreas industriais, a um custo de R$ 12 milhões, um valor considerado baixo para o investidor. O segundo é um processo construtivo industrializado que permite menos custos, atender prazos e qualidade. Lembra até uma linha de montagem, com padrões e moldes iguais. "Como um McDonald's, basta entrar em um para conhecer todos", explica o empreendedor Dan Fonseca, fundador e presidente da Emcorp. O modelo brasileiro de construir a rede sob medida a partir do zero foge ao adotado para os Super 8 no mundo, que em geral cresceram pela conversão de bandeiras em instalações existentes. "Somos um case para a Wyndham", diz.

Eis uma boa notícia para o viajante de negócios que ao buscar um hotel econômico fora dos grandes centros é, por vezes, obrigado a pernoitar em prédios mambembes, inseguros e com serviços desastrosos. "Queremos oferecer instalações decentes e econômicas em locais carentes de bons hotéis, e que atendam bem diretores e profissionais das empresas."


*Este texto foi publicado originalmente na coluna Viagens de Negócio, de Fábio Steinberg, no dia 16 de janeiro de 2013, no Diário do Comércio da Associação Comercial de São Paulo.

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