Colunistas

Publicado: Sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Bodas e Jubileus

Nada mais encontradiço do que o descuido de se usar os vocábulos Bodas e Jubileus, indiferentemente, como se houvesse sinonímia entre eles.

Bodas, sejam de que período for, prendem-se à comemoração do tempo de casados.

Jubileu, para todos os demais casos.

Certa feita, na homenagem a uma importante autoridade, investida que estava em alto cargo há vinte e cinco anos, incorreu-se num lapso lamentável dessa natureza. Fora-lhe destinado um fino pergaminho em que se inscreveu o título de Bodas de Prata.

Esse tipo de distração acontece com frequência. Um tanto por cochilo e outro tanto por não se saber mesmo a terminologia adequada.

Bem mais comuns, as festas de casamento, notadamente as ditas Bodas de Prata e Bodas de Ouro.

Nas primeiras, quase sempre o próprio casal cuida de promover os festejos e os filhos, alguns ainda bem jovens, apenas comparecem. É uma cena muito bela e guardada em fotos artísticas como lembrança. Bodas de Ouro, mais frequentemente, os próprios filhos delas se encarregam, eis que os pais a essa altura são bem mais comedidos.

Num e noutro caso, se neles se inclui a cerimônia religiosa, ganham invulgar brilho e não poucas vezes sob grande emoção.

De uso mais recente, foi criado o costume de se festejar o aniversário do cidadão, ao completar cinquenta anos de vida. Não acontece num nível social mais modesto; ter ou não ter tal idade passa batido. Essa modalidade de jubileu, claro, somente se aplica a pessoas do sexo masculino.

Também usual a ideia de promover evento de congraçamento e júbilo no atingir-se a faixa dos setenta. Aqui, então, o uso abrange senhores e senhoras, sem nenhum constrangimento destas. Com orgulho até, assinale-se. A longevidade saudável é sempre admirada, um presente do Criador.

Entre Jubileus e Bodas, igualam-se eles somente quanto ao significado atribuído às datas, que vão de um a cem anos.

De pleno conhecimento e naturais, as referentes aos vinte e cinco e aos cinquenta anos, de Prata e Ouro respectivamente.

No entremeio dos anos de um a cem, a variedade é enorme, a começar então para as Bodas ou Jubileu de Papel. Um ano pelo menos, em dias de hoje, um bom começo tanto para casais como para datas outras. Para cada ano seguinte, uma denominação e significado próprios.

Contam alguns, muito raro, as datas múltiplas de cinco; dez, quinze, vinte e assim por diante: Zinco, Cristal e Porcelana.

Nessa ordem, ainda deste ano, os Jubileus do Regente, aos oitenta anos de fundação e o da Banda União, centenária: Jubileus de Nogueira ou Carvalho daquele e desta, Jubileu de Jequitibá.

A respeito dos jubileus, aqui comentados, mais se prendeu a pessoas, conquanto com igual importância se refiram a feitos e fatos notáveis e instituições, ao que se nomeia também de efemérides. Efemérides e jubileus, estes sim talvez guardassem certa similaridade, eis que sinônimos de rigor não o sejam também.

De qualquer maneira, sábios foram os costumes e a tradição de, ao menos por ora, não se extravasar o limite de cem anos para os significados de Bodas e Jubileus.

E Itu, que já cumpriu quatrocentos anos de História?

Itu, gloriosamente, na plenitude do seu quarto Jubileu de Jequitibá.

Comentários