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Publicado: Sábado, 6 de outubro de 2012

Big Bad

Big Bad
Domínio Público

"The Clock Tower", a torre que abriga o Big Ben, agora chama-se "Elizabeth Tower" - em homenagem aos 60 anos de reinado da Rainha Elizabeth. Talvez isso explique o fato da torre ter entortado 26 centímetros do dia para a noite. É como se o prédio estivesse se curvando em reverência à monarca, demonstrando seu respeito e gratidão pela fama conquistada. Porém, estando fora do eixo, fica a pergunta: conseguirá o Big Ben manter a histórica pontualidade, com o mecanismo do relógio penso para um dos lados? Que credibilidade terá o mais célebre dos marcadores de horas daqui pra frente, com seus ponteiros vacilantes e nada confiáveis?

O solo argiloso das margens do Tâmisa, as obras do metrô abaixo do parlamento britânico e falhas estruturais da construção, de 1858, são possíveis causas apontadas para o fenômeno. Não acredito em nenhuma delas, e tenho motivos para formular minha particular teoria da conspiração.

Creiam-me: há uma escavação em progresso nos seus pilares subterrâneos, capitaneada pelo Príncipe Harry e com o apoio logístico da Al-Qaeda. O plano é simples e maquiavélico. O buraco que irá deixar a torre sem sustentação prossegue sendo cavado em ritmo lento, madrugada após madrugada, pelos terroristas infiltrados como manobristas de estacionamento da Câmara dos Lordes, e assim continuará a empreitada até a morte da rainha, provavelmente por causas naturais.

Uma vez morta a figura máxima da Dinastia Windsor, o processo de escavação do alicerce será interrompido, para colocação de algumas toneladas de dinamite no lugar da terra retirada. Aproximando-se o cortejo fúnebre da Abadia de Westminster, onde certamente Elizabeth será enterrada, o perverso Harry, a uma distância segura tanto da torre quanto da igreja, ordenará via walk-talk a derrubada do monumento no exato instante em que passarem perto dele os Príncipes Charles e William, que antecedem Harry na linha de sucessão.

A rainha estará duplamente morta, William e Charles fora do páreo pelo trono e boa parte do primeiro e do segundo escalões da família real também estará dizimada, o que fará de Harry o legítimo rei - sem nenhuma possibilidade de contestação. Em seguida, começarão as investigações para apurar as responsabilidades pelo atentado. O novo rei descumprirá o combinado com a Al Qaeda e entregará para a polícia inglesa, através de denúncias anônimas, todos os terroristas envolvidos no imbroglio. Amaldiçoados pela mídia e pela opinião pública, contarão toda a verdade mas cairão no descrédito ao tentarem difamar Harry, o agora enlutado e solitário habitante de Buckingham.

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