Bem acima da inflação
Faz tempo que não faço meu dever de casa como turista. Tempo curto, grana curta, autônomo, viagens somente se bem programadas. Apenas uma semaninha em casa, a última do ano de 2011, onde me dei ao luxo de baixar na praia e, à noite, curtir uma Vtirolada, no Torto, de cabo à rabo, sempre na boa companhia dos DJs Wagner Parra e Stéfanis Caiaffo, na noite onde o editor do caderno Galeria do jornal local A Tribuna foi o DJ Acidental.
Pois é... E ficou nisso! Em geral, santista com carteira meia-boca igual a minha, quando viaja, é para as montanhas (aquele lance do contraste com o mar). Nessa época do ano, escolhe entre Serra Negra e Campos do Jordão. Pode parecer estranho, mas o santista sai de sua cidade e parte para lá.
Ultimamente, tem Atibaia como um dos destinos mais descolados do momento (influência da Capital). São nessas três cidades que o santista vira turista. E acaba descobrindo como anda caro ser um.
Quem porventura se pirulitar da região das cidades que compõem a grande Campinas, a região metropolitana, e baixar no Guarujá por exemplo, encontrará certas aberrações na faixa de areia e adjacências. A caipirinha teve uma variação de preço entre o verão de 2011 e o verão de 2012 de 63%. Nem preciso dizer que é bem acima da média da inflação.
Hotel, sorvete, cerveja e sandálias femininas são os itens que mais arderão no bolso do desavisado turista que baixar nesse trecho de litoral paulista. Não é exclusividade nossa: em Salvador (BA), a água de côco teve uma majoração de 50% a mais se comparada ao ano passado. E isso porque nem chegamos no carnaval ainda...
Como Santos, São Vicente e Praia Grande são extremamente urbanas, ainda há a possibilidade de encontrar alternativas bem mais em conta, especialmente se o turista está a fim de um bom isopor com gelo e de economizar. O supermercado de bairro dessas cidades oferecem preços e promoções que são extremamente tentadoras.
Dois coelhos numa cajadada só: o turista faz economia e conhece essas cidades de verdade, as nuances e complexidades do lugar onde vem passar o verão.
Caso contrário, o IBGE já mostrou que os produtos praieiros, quando o sol esquenta, sobem de preço numa velocidade maior do que a temperatura.
Ainda fico com a sensação de que o turista pode se proteger dos preços altos da mesma forma que se protege dos raios nocivos do sol. Protetor solar e uma visita ao comércio fora da região turística das cidades litorâneas podem fazer um bem danado para a saúde.