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Publicado: Segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Banda Marcial de Salto

Liga-se o rádio no carro, quase sempre de forma aleatória.
É mais um expediente para se fazer duas coisas ao mesmo tempo, na afoiteza das horas sempre mais curtas.

Tomou-se, pois, dessa maneira simples, conhecimento de uma notícia que chamou a atenção, a de que a Banda Marcial de Salto se apresentaria em concerto na noite de 12 de dezembro.

Banda Marcial?
Em Salto?

Sinceramente, ainda não se ouvira nem se sabia nada a respeito.

A curiosidade e a oportunidade de conhecer a Banda, até pela novidade, levou a gente à busca do ingresso. Com dupla vantagem, ou seja, aquela de se conhecer também a Sala Palma de Ouro, um magnífico e amplo teatro. Local em que se eterniza a memória do celebrado cineasta Anselmo Duarte, num preito exemplar de seus concidadãos. Um filho da terra, de renome internacional.

Infelizmente, no sábado à noite, sucederam-se várias pancadas de chuva, o que no entanto não impediu que, mesmo assim, praticamente todos os lugares fossem ocupados. Tampouco por isso a abertura do espetáculo se atrasou. 

E aí veio a maior das surpresas.

Como primeira parte, no telão, uma série de fotos sobre todas as festas e cidades onde a Ban  Mets – assim ela se denomina – já se apresentara.

Ban Mets – Banda Marcial da Estância Turística de Salto.

Constituída por jovens e crianças, que se dividem entre músicos e um corpo de coreografia, afinados, numa apresentação simultânea e de exímia sincronia.

Ao abrirem-se as cortinas, os primeiros sons se emitiram com elas ainda fechadas, com o que o próprio início foi simplesmente triunfal. Tenha-se, portanto a ideia de como os espectadores se emocionaram desde o primeiro momento.

O Maestro, de forma inteiramente descontraída, extremamente simpático, informou ele próprio estar muito nervoso, porque era aquela a primeira vez que  a Banda se exibia num palco. Quer-se registrar, com o merecido destaque, de como a Ban Mets surge na região como uma agradável surpresa.

Surpreende ainda mais ao se saber que ainda não se fala muito nela justamente porque é nova, eis que se formou aos poucos, a partir de meados do ano de 2007. Inacreditável que em apenas dois anos tenha se esmerado tanto, com um domínio de cena impressionante. Exibição comovente, impecável.

Explica-se em boa parte um sucesso assim tão imediato, a partir também do apoio total que a Prefeitura proporcionou a seus mentores.

E tudo nasceu porque o vereador saltense, mais conhecido como Garotinho e alguns cidadãos ligados à área de educação, inspiraram-se ao presenciar outra Banda, na pequena cidade de Salto de Pirapora.  

Além do fato de oferecer momentos de vibração e de muita emoção ao público, essas crianças e jovens se inserem na cidadania, de modo a se lhes abrir um futuro promissor. Cria-se neles responsabilidade, algo a se sentir já nos seus semblantes, quando, no ato final, desfilaram junto à platéia, numa forma de consagradora apoteose.

A partir de 2010, sentem-se seguros agora inclusive para participar de concursos nas mais variadas cidades. Sua peregrinação, por ora, alcançou apenas o estado de São Paulo, em cerca de uma dezena de praças.

Curiosamente, Itu, de suas vizinhas, a mais próxima, ainda não a viu. 

À saída, aquela sensação benfazeja, de quando você se sente de alma leve, maravilhado com o que viu e ouviu. Verdadeiro bálsamo no entremeio do lufa-lufa que absorve o homem, quase a se esquecer que Deus o criara, em essência e por primeiro, para as coisas do alto.

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