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Publicado: Segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Balanço Econômico e Projeções de Cenário - Brasil

Caros leitores, venho por meio de mais um artigo, reforçar estimativa de retomada gradual no cenário econômico, procurando enaltecer pequenos oásis em meio a tantos celeumas políticos. Neste mesmo sentido, passamos por um momento de aumento de confiabilidade no cenário econômico, indicando recuperação e aumento de vagas formais em setembro no mercado de trabalho, de acordo com os dados do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo MTE, que apontaram a criação líquida de mais de 34 mil postos de trabalho formais no mês passado.

Outro dado relevante para o mercado é o IGP-M (divulgado pela FGV) e, como explanado no ultimo artigo, desacelerou na segunda prévia de outubro. O recuo se deve basicamente à desaceleração dos preços industriais no atacado, devido à deflação do minério de ferro, fato este já sublinhado no último artigo. Por outro lado, o IPA agrícola avançou para 0,60%, o IPC 0,24% no período e o INCC 0,11%. Esses resultados reforçam a expectativa de desaceleração do IGP-M, com a queda do preço do minério compensando o viés altista dos preços dos produtos agrícolas. O IPCA-15 de outubro registrou alta de 0,34%, majoritariamente devido a alimentação.

No que tange a arrecadação federal, a mesma somou R$ 105,6 bilhões em setembro, e, a recuperação da atividade, deve manter a arrecadação federal em alta. Neste ano, o déficit primário deve atingir algo em torno de R$ 160 bilhões, atingindo a meta fiscal do governo.

Em se tratando de juros, o Copom deve reduzir os juros para 7,5%, como esperado, pois a inflação segue controlada e os salários reais e a ocupação estão crescendo, aliado aos fatores de que as famílias encontram-se menos endividadas, os juros de mercado seguem caindo e os estoques na economia estão baixos. Com isso, o PIB deve crescer algo entre 0,8 e 0,9% este ano com déficit de R$ 21 bi. Em contrapartida, o resultado da balança de pagamentos, segue com muita tranquilidade nas contas externas. Os dados do mercado de crédito indicam expansão paulatina.

De acordo com o Relatório Focus, divulgado hoje pelo Banco Central, o mercado elevou suas estimativas para o crescimento do PIB (+0,73%) e da inflação (+3%) neste ano, com expectativas para a mediana da taxa Selic permanecendo em 7,0% com incremento da estimativa da taxa de cambio para o final deste ano agora estimado em R$/US$ 3,16, devendo subir para 3,30 em 2018.

Por fim, para o Brasil, esse ambiente interno proporciona uma posição favorável para efetuarmos reformas. Resta sabermos se há condições favoráveis políticas e vontade partidária para tal. Ademais, o risco país, as exportações e a taxa de câmbio são beneficiados pela tendência global de inflação controlada e desemprego em queda. Destarte, os cenários de sustentabilidade fiscal, de maior produtividade e competitividade são condição sine qua non para prevalecerem as condições/projeções de crescimento e juros baixos no Brasil para o momento em que as variáveis dos mercados internacionais se modificarem.

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