Colunistas

Publicado: Segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Balanço e Novidades Econômicas - Brasil

Caros leitores, é com grande contento que nossas previsões e projeções continuam com uma estreita correlação em relação ao que acontece no mercado. Conforme esperado e divulgado nos artigos anteriores, o mercado elevou suas expectativas de inflação e da taxa de câmbio de 2017 conforme relatório divulgado hoje pelo Banco Central, com IPCA a 3.08% e câmbio a R$/US$ 3,19 chegando a 3,30 em 2018, permanecendo a estimativa da SELIC para 7% em 2017/18 e crescimento PIB 2017 em 0,73% e 2,5% para 2018.

No que tange o IGP-M, o mesmo subiu 0,20% em outubro, de acordo com os dados da FGV, apresentando recuo em relação a setembro, quando avançou 0,47%. Isto se deveu ao fato da desaceleração dos preços de produtos industriais no atacado, refletindo, como destacado anteriormente no relatório semanal, a queda do preço do minério de ferro. Por outro lado, o IPA agropecuário registrou alta de 0,76% neste mês e o IPC atingiu 0,28% no período. O INCC, por sua vez, também vem com tendência altista passando de uma elevação de 0,14% para mais uma consecutiva de 0,19%. Isto posto, o IGP-M acumula deflação de 1,40% nos últimos doze meses, conforme previsões anteriores.

No mesmo sentido, como previa, o Banco Central reduziu a Selic para 7,5% e prepara terreno para mais uma redução para atingir os 7%. Hoje presenciamos um cenário positivo de inflação com indícios contundentes de recuperação gradual da economia que embasaram a decisão do Copom. Com isso, sinaliza-se uma continuidade da política monetária expansionista, logo, crescimento paulatino às custas de aumento gradual da inflação.

Destarte, infere-se que na ausência de choques, a aceleração da inflação deva ser paulatina ao longo dos meses que seguem. No entanto, incertezas do cenário externo e interrogações quanto a agenda de reformas, podem estimular o crescimento das expectativas na taxa de câmbio e inflação além do esperado.

A isto devemos anexar que a relação crédito/PIB chegou a 47,0% em setembro, menor relação desde 2012. A taxa de inadimplência apresenta queda constante devendo atingir 5% em 2017, com estabilidade do estoque de crédito que deve aumentar apenas ao longo de 2018 conforme recomposição da renda das famílias.

No que se trata de atividade, há indicação de recomposição de satisfação dos empresários na construção civil de acordo com Confederação Nacional da Indústria (CNI), estando mais confiantes com estimativas de melhora na economia e cuja recuperação já tem demonstrado algum efeito sobre a arrecadação, ajudando a diminuir inclusive o deficit primário.

Corroborando com o setor da construção, outros setores seguem mesma tendência. A confiança do comércio também registrou alta em outubro, de acordo com a FGV, representando melhora nas expectativas bem como situação real indo ao encontro da expectativa do incremento do crescimento do PIB no último trimestre deste ano. Observamos então melhoras também nas sondagens do consumidor e da indústria em outubro.

Em se tratando de produção, destacamos aumento da mesma nos setores de derivados de petróleo – ANP, quimico (Abiquim), máquinas e equipamentos (Abimaq) e celulose (Ibá).

Comentários