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Publicado: Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Balança comercial apresenta maior déficit

Crédito: FF Consult Balança comercial apresenta maior déficit

Segundo divulgado pelo Banco Central, em dezembro, o superávit primário do setor público consolidado alcançou R$1,9 bilhão. O Governo Central registrou superávit de R$2,5 bilhões, e os governos regionais e as empresas estatais, déficits de R$508 milhões e R$61 milhões, respectivamente.

No ano, o superávit primário acumulado do setor público atingiu R$128,7 bilhões (3,11% do PIB), comparativamente a R$101,7 bilhões (2,70% do PIB) no ano anterior. Com esse resultado, cumpriu-se integralmente a meta de superávit primário estipulada para o ano, de R$127,9 bilhões.

Os juros nominais, apropriados por competência, alcançaram R$20,6 bilhões em dezembro, elevando-se R$2,2 bilhões em relação ao mês anterior. Contribuiu para esse aumento o maior número de dias úteis no mês. No ano, os juros nominais apropriados totalizaram R$236,7 bilhões (5,72% do PIB), elevando-se 0,54 p.p. do PIB em relação ao ano anterior. Esse comportamento foi influenciado pela maior variação do IPCA e pelo patamar mais elevado da taxa Selic acumulada no ano, indicadores que incidem sobre parcela expressiva dos títulos federais.

O resultado nominal, que inclui o superávit primário e os juros nominais apropriados, registrou déficit de R$18,6 bilhões em dezembro. No acumulado no ano o déficit nominal atingiu R$108 bilhões (2,61% do PIB), comparativamente a R$93,7 bilhões (2,48% do PIB) em 2010.

O financiamento do déficit nominal mensal ocorreu mediante expansão de R$32 bilhões nas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetária, contrabalançada, parcialmente, pelas reduções de R$7,8 bilhões na dívida mobiliária e de R$5,8 bilhões na dívida bancária líquida.

A dívida mobiliária federal, fora do Banco Central, avaliada pela posição de carteira, totalizou R$1.783,1 bilhões (43,1% do PIB) em dezembro, registrando acréscimo de R$30,4 bilhões em relação ao mês anterior. O resultado refletiu emissões líquidas de R$13 bilhões, acréscimo de R$0,4 bilhão em razão da depreciação cambial e incorporação de juros de R$17,1 bilhões.

Destacaram-se emissões líquidas de R$17,6 bilhões em LTN, de R$10,6 bilhões em NTN-F e de R$5 bilhões em NTN-B; e os resgates de R$21,1 bilhões em LFT.

A participação por indexador registrou a seguinte evolução, em relação a novembro: a porcentagem dos títulos indexados a câmbio permaneceu em 0,5%; a dos títulos vinculados à taxa Selic caiu de 26,9% para 26,2% devido a resgates líquidos de LFT; a dos títulos prefixados evoluiu de 30,8% para 32,6%, dada as emissões líquidas de LTN e NTN-F; a dos títulos vinculados a índices de preços elevou-se de 24,6% para 25,2%, motivada pelas emissões líquidas de NTN-B. A participação das operações compromissadas declinou de 16,6% para 14,9%, apresentando compras líquidas de R$40,6 bilhões no mercado secundário.

Ao final de dezembro, a estrutura de vencimento da dívida mobiliária em mercado era a seguinte: R$346 bilhões, 19,4% do total, com vencimento em 2012; R$400,5 bilhões, 22,5% do total, com vencimento em 2013; e R$1.036,5 bilhões, 58,1% do total, vencendo a partir de janeiro de 2014.

A exposição total líquida nas operações reversas de swap cambial alcançou R$3 bilhões em dezembro. O resultado dessas operações (diferença entre a rentabilidade do DI e a variação cambial mais cupom) foi favorável ao Banco Central em R$32 milhões em dezembro, no conceito caixa, valor contemplado na apuração das necessidades de financiamento do setor público.

A dívida líquida do setor público atingiu R$1.508,5 bilhões (36,5% do PIB) em dezembro, reduzindo-se 0,2 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.

No ano, a relação DLSP/PIB apresentou redução equivalente a 2,7 p.p. do PIB. O superávit primário acumulado no período contribuiu para essa redução com 3,1 p.p. do PIB; a desvalorização cambial de 12,6% acumulada no ano, com 1,6 p.p.; a variação na paridade da cesta de moedas que compõem a dívida externa líquida, com 0,2 p.p.; e o efeito do crescimento do PIB corrente, com 3,5 p.p. Essas reduções foram compensadas, parcialmente, pelos juros nominais apropriados, equivalentes a 5,7 p.p. do PIB.

A Dívida Bruta do Governo Geral (Governo Federal, INSS, governos estaduais e governos municipais) alcançou R$2.243,6 bilhões (54,3% do PIB) em dezembro, reduzindo-se 0,3 p.p. do PIB em relação ao mês anterior, em função, principalmente, dos resgates líquidos de operações compromissadas. No ano, houve elevação equivalente a 0,9 p.p. do PIB.

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