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Publicado: Segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Aviação executiva decola no Brasil

Pelo menos 95% da frota foi adquirida para negócios, revela Cássio Poli, diretor da Aerie Aviação Executiva, empresa localizada em Jundiaí (SP) que compra, vende e importa esse tipo de aeronave.

Dos 67 mil aviões executivos que voam em todo o mundo, 2 mil deles se dedicam a cruzar quase que exclusivamente os céus brasileiros. Mas quem pensa que esses jatos, hélices e turboélices nada mais são que brinquedinhos de luxo de altíssimo valor para divertir milionários nas horas de lazer está enganado. Pelo menos 95% da frota foi adquirida para negócios, revela Cássio Poli, diretor da Aerie Aviação Executiva, empresa localizada em Jundiaí (SP) que compra, vende e importa esse tipo de aeronave.

Diante das alternativas de voos comerciais, faria sentido manter um avião particular – que vale entre US$ 1 milhão e US$ 50 milhões? A resposta pode se resumir em uma palavra: produtividade, algo que soa como música aos ouvidos de atarefados executivos. Por contingência de negócios, eles precisam administrar com inteligência o tempo, bem precioso demais para ser perdido em horas inúteis de locomoção. Nesse sentido, a aviação executiva casa como luva, comprovado pelo crescente sucesso da Labace, encontro anual que reúne em São Paulo conferências, negócios e exposição de aeronaves. É o segundo maior do mundo e nessa sétima edição teve 150 expositores e 56 aeronaves.

No Brasil, possuir um avião pode ser estratégico para os negócios e a entusiasmada resposta das empresas tem demonstrado como estão cansadas das carências. Basta dizer que das 2 mil pistas disponíveis nas cidades brasileiras, não mais que 100 são atendidas por companhias aéreas comerciais. Além disso, se existem, nem sempre essas linhas seguem uma lógica de frequência, horários e conexões para atender aos interesses individuais do profissional. Assim, reuniões de trabalho e visitas técnicas que com voos diretos poderiam ser resolvidas em horas tomam até dias do executivo. Um trecho entre Cascavel (PR) e Jundiaí – que leva até 12 horas para ser completado em 950 quilômetros de estrada – não demora mais que uma hora em um jato ou duas em um turboélice.

Se avião executivo multiplica negócios, será que o grande empecilho está nos custos? Não, assegura Cássio Polli, da Aerie Aviação Executiva – que comercializava gado até que há seis anos resolveu atuar no mundo da aviação executiva, algo que faz com paixão.

Para ele, desde que a demanda justifique a decisão revela-se um excelente investimento. Segundo Polli, programas de locação por leasing (arrendamento operacional) ou compra costumam se pagar. Além de consultoria e apoio na avaliação de alternativas, sua empresa atua em todo o processo de aquisição. Concede também apoio, direto ou por meio de associados, na manutenção e gerenciamento do avião – da contratação da tripulação aos controles técnicos e financeiros. Da alimentação aos traslados terrestres até os fretamentos aéreos.

Para os que questionam se o táxi aéreo não resolveria o problema, Cassio lembra que o custo costuma ser três vezes maior. E só vale a pena o uso previsto, dependendo do modelo do avião, se ele estiver entre 10 a 20 horas mensais.

*Esse texto foi publicado na coluna Viagens de Negócio, do mesmo autor, no dia 19 de agosto, no Diário do Comércio da Associação Comercial de São Paulo.

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