Colunistas

Publicado: Quinta-feira, 21 de maio de 2009

Assim Desabrocham Poemas

Os sons, os tons, os dons,
a música no ar,
pairam e vibram latentes
nas coisas, na brisa, no mar,
no sol, no seu afago,
no cantar das cataratas,
no vôo da natureza,
no vibrar da fotossíntese,
na dimensão dos fenômenos, na qualidade das mentes
na populaça, nas gentes,
no seu mutismo e mesmo no seu falar,
quanto mais vibram estrelas
nas noites estreladas de luar.
Notas sutis imperdíveis, mas ao perder-se, ao azar,
Na ausência de ouvidos para ouvi-las,
Perde-se a vitalidade
Ao amar o perceptível/sensível,
por quem possa com elas assim dialogar.
Notas sensíveis, timbres inteligentes, auges indizíveis,
Transparentes, iniludíveis,
Como se fossem pingentes a brilhar, a tilintar,
sussurros inaudíveis, mas não à mente invulgar,
buscam ao ouvido afagar, ao intelecto honrar
com seus anseios frementes
de à alma gratificar,
toadas a dar presentes,
que deixam entes contentes
e, ao coração agradar.
Assim surge a poesia
a desabrochar poemas,
não numa alma vazia,
mas em síntese de seus temas
brotam em intérprete poeta,
assaz instrumento impar
De difícil afinação
E capaz execução,
cujo segredo é silêncio
no turbilhão de propostas
a sedimentar dádivas etéreas, a semear,
a sentir o seu sentir
a propalar, a apurar o seu ouvir,
sem a si nunca mentir
e, sobretudo a amar, a amar, a amar
e a ver o que vir, ao ir e vir,
a ver o que vem quanto olhos vêm,
simplesmente, corajosa, graciosamente,
na simpleza do ouvir, que ouvidos ouvem
verdades e autênticos sentimentos
nos sons, nos tons, nos dons
nos atos, no sopro da brisa,
conscientizados, meditados
em neurônios motivados
a brigar por bom conceito,
toada que não repisa
lampejo de alguns momentos,
a afagar a sintonia
do todo pleno sinfônico,
que brota harmônico, espontâneo
na sinfonia do ar...
Comentários