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Publicado: Sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Arrefecimento na fé?

A revolução meteórica de costumes, hábitos, descobertas, inovações e aquilo a que se dá o nome de progresso, inequivocamente modificam tais práticas, em profundidade.

O óbvio de ontem caduca e cede campo a conceitos e métodos, estes logo envelhecidos prematuramente e assim também desprezíveis.

Diante da criação desabrida, minuto a minuto, de fórmulas outras, surge agora um outro ser humano, sem quaisquer vestígios daquele de conduta, ideias e crenças de outrora. Sua mente é atulhada de informações voláteis a dispensar e nem conceder tempo para aferição da conveniência ou não dos inventos, ditos bons de agora e esquecidos, pela via da substituição automática.

Aí justamente o cerne: as imposições.

Pensam pela gente. Não explicam nem concedem tempo para tal porque, logo em seguida, outro aceno faz esquecer o de ontem.

Inequivocamente que o agente causador desse extremismo se concentra na televisão, secundada generosamente pelo complemento do recurso ilimitado dos meios virtuais de comunicação. Ou vice-versa, vá lá se saber.

Quem queira viver ou sobreviver ao menos a essas injunções todas, não o conseguiria. Mesmo sem perceber, está enredado e nem procura mais desfazer-se dessa malha captora.

Essa absorção pelo fútil indiscriminado se opera, ainda que com menor atrevimento, por enquanto, nos países sul americanos. Não deu conta o cidadão dessas plagas desse condicionamento que aos poucos o domina.

Por isso que os redutos católicos por ora apenas resistem. Já de há muito, porém, debilitados e esquecidos de ações e cultos lentamente postergados, aqui e ali.

Esse processo do enfraquecimento da crença religiosa anda muito mais adiantado fora do Brasil, no mundo todo. A Europa, em termos de religião e credo, dá-se por vencida cada dia mais. Igrejas vazias têm sido simplesmente alienadas.

Generalizada a prática da união direta de casais, por isso sem passar pelo sacramento a constituição de família. Quando muito, levam os filhos, se tiverem algum, apenas ao sacramento do Batismo. A própria Igreja Católica, à vista do total desinteresse, simplesmente não mais procede ao sacramento da Crisma.

Roma, ciente de tudo isso, se desvela por tentar incentivar as nações americanas do Sul, hoje o seu principal reduto de fiéis.

Não que Sua Santidade tenha se descurado pelo restante do planeta, eis que aqui e ali também chega para seus apelos e bênção em repetidas viagens.

Itu, em particular e a Diocese de Jundiaí como tal, conquanto a vigência do crescente laicismo esteja em todos os lugares, parece resistir razoavelmente – por ora - aos ímpetos e assédios da decadência religiosa e cristã.

Tomara. 

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