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Publicado: Domingo, 31 de dezembro de 2006

Ano novo, marca nova

Fim de um ano, começo de outro. A rotina se repete, em casa e no mundo corporativo. Neste, profissionais se mobilizam. Promoções, demissões, aposentadorias, trocas de emprego, tudo isto e muito mais acontece... Como organismos ativos, empresas e as pessoas não param nunca. Neste contexto, lá está você, funcionário de uma organização, qualquer que seja o seu nível e tempo de casa. Você se preparou muito na busca pelo sucesso na carreira. Paradoxalmente, a frustração nasce aqui: como é possível terceirizar a responsabilidade pela sua vida, entregando o futuro a uma instituição, por melhor que seja? Dá para delegar a sua imagem, gerida, pelas próprias características das empresas, de maneira impessoal? Não seria esta uma forma de negação da individualidade e criatividade pessoal – algo que você tem de melhor? Se você pensa que sorte é tudo, é melhor parar por aqui. Mas se acredita que grandes oportunidades e meteoros aparecem de forma inusitada e quase nunca voltam, fique conosco. Não há resposta fácil nem simplista para o sucesso, mas com certeza a solução passa pelo bom gerenciamento da imagem e da comunicação pessoal. Para isto, tal como conselhos de mãe, há iniciativas que são de bom senso e não fazem mal a ninguém. O erro clássico começa por abrir mão do nome de batismo pelo corporativo. Até pelo investimento maciço em imagem, marcas e corporações são infinitamente mais reconhecidas e glamurosas que a maioria das pessoas. Por isto, portas e sorrisos se abrem magicamente quando agregamos ao nosso nome ao da organização a qual servimos. É uma tentação ver o mundo dos serviços se curvar aos pés, ou olhos de estranhos brilharem de admiração e respeito diante de nossa presença. Não raro, este comportamento se transforma em vício. Muita gente graúda (e inteligente!) abdica do nome até se desligar da empresa, por qualquer razão. Neste dia, quem se achava divino volta à condição de mortal. Perde o sobrenome corporativo e não consegue viver em harmonia com o velho “nome de solteiro”. É por isto que, desde cedo, o mercado precisa conhecer as pessoas pelo que são, e não onde estão trabalhando. Agora que concordamos na forma, falta o conteúdo - que é o recheio deste pastel. Exemplos? Fazer parte e atuar em associações de classe ou de interesse a carreira. Ampliar a visibilidade e reputação junto a colegas e parceiros de profissão. Estabelecer a reputação como grande especialista no seu campo profissional. Buscar oportunidades de exposição, como eventos, painéis, entrevistas, artigos etc. Sugestões como estas não são panacéia, mas certamente indicam caminhos para um futuro à prova de turbulências corporativas. Para quem não acredita nem em bruxas nem em marcas pessoais, há boas razões para aceitar as últimas e evitar as primeiras. Pessoas vencedoras são as que se diferenciam da multidão. Têm características próprias e à prova de lugar comum (leia-se: não são descartáveis). Faça um teste. Se fosse um carro, qual seria? Popular ou exclusivo? Sofisticado ou básico? Utilitário ou de passageiros? Da moda ou clássico? Esportivo ou social?
 
Quem seria seu comprador típico? Agora substitua a idéia do carro por você. Quem é esta pessoa que o olha no espelho e o que quer projetar? Quais os seus atributos, talentos e características exclusivas?
 

Como se coadunam com seus objetivos pessoais e profissionais? E com o público de interesse? A sua meta pessoal – independente da satisfação com o emprego ou até a inexistência dele – é se tornar estrela com luz própria. Em suma, seja sol, jamais lua. Crie sua marca. Quando? Aproveitando o começo do ano, que tal agora?

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