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Publicado: Sexta-feira, 19 de maio de 2006

Amarelo ou Cáqui? A cromoterapia para o medo

O que causa mais medo? Um vírus invisível ou um bandido invisível? Essa é uma nova questão no dia a dia dos paulistas. A violência se instalou no cotidiano, quieta, imperceptível e altamente manipuladora.

A sensação que não passa é de uma profunda falta de ar ou uma náusea constante. Temos um poderoso inimigo nos cercando, sem que possamos enxergar, nos defender, nos proteger, nos vacinar.

O terror que dominou São Paulo nessa ultima semana é pior do que uma guerra biológica. Já tirou de antemão, a sensação de segurança pessoal de todos e agora, perplexos, não sabemos mais aonde está o sentido de proteção e bom senso para caminharmos dia a dia na rua, num caminho linear do bem.

Nem policia e nem bandido. O problema é o dano emocional e definitivo que foi causado em todos por conta de um inimigo invisível que pode nos atacar do nada, impedir nosso funcionamento e paralisar nossas vontades.

Nos países onde a guerra é cotidiana ou faz parte da historia, nada se paralisa diante do terrorismo declarado e as pessoas, calejadas, percorrem seus caminhos diários e lutam por sua sobrevivência. Num lugar sério, não há tantas regalias para criminosos e muito menos uma dúvida cruel de que quem nos defende pode ter negociado vidas pela troca da cor de uniformes nos presídios e televisões para ver a copa!

Que lugar é esse que estamos vivendo?

A inversão dos valores morais e éticos a que assistimos, em pânico é quase uma doença incurável, porque sequelou a todos com uma blindagem de impotência e medo.

Acuados, nos tornamos quietos e passivos e os erros se perpetuam. Afinal, quem mandou em quem?

Regalias a presos são corriqueiras, quem não sabia? Porque nos tornamos reféns desse sistema insano?

O único remédio contra a náusea que conheço é uma resposta indignada através do nosso voto daqui alguns meses. Chega de mesmice, vamos oxigenar a cidadania e valorizar a vida.

Não é possível que o bem não vença. Se assim for, que lição podemos passar para nossos filhos?

Exercite sua memória desde já, não se deixando engolir pelo dia a dia pseudo controlado sobre uma violência descabida. Vitamine suas idéias e cidadania e contamine as pessoas com idéias de mudanças em relação aos nossos representantes. Extirpe o câncer da vergonha que somos obrigados a alimentar diariamente quando nos deparamos com fatos como dessa ultima semana.

Mantenha adrenalizada sua indignação e cumpra o seu papel.

DIGA NÃO À VIOLENCIA E AOS PODRES PODERES !

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