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Publicado: Segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Aleluia! Enfim há uma luz no fundo do túnel?

Ser professor é uma coisa, ser educador é outra. Educador é vocação, professor é profissão.

Professor se forma em escola, educador já nasce pronto. Nem a melhor escola do mundo transforma um jovem com vocação para médico em um bom advogado.

Assim como professor é a mais importante profissão do planeta. Tudo começa com ele, ou acaba…

Ser pai é diferente. É um fenômeno biológico, que acontece muitas vezes sem querer. Nunca vi um professor ser professor sem querer, assim cai de paraquedas na escola e alguém lhe impõe.

Vai ser professor agora!

Ensinar é uma tarefa difícil, mas para um educador ele tira de letra.

Como não temos nenhuma fiscalização séria, e escola que deveria ser do aluno, é do professor, uma apropriação indébita, e como não é dele ele não cuida como se fosse.

O educador sabe o que fazer com aluno rebelde, irrequietos, líder e com as diversidades do ser humano, que ele é aluno de escola pública, mas não deixou de ser humano.

Querem uma classe com alunos bonzinhos, que gostem de estudar uma matéria que para ele não quer dizer nada. Alunos todos padronizadinhos.

Não existe essa classe, onde o professor despeja a matéria que muitas vezes nem ele domina.

Então reclamam. Ficam doentes, esgotados, estressados e tiram uma licença atrás da outra esvaziando a escola.

Em vez de trocar os maus professores e valorizar os bons, o governo de São Paulo fez o contrário. Jogou a água da bacia com a criança dentro.

Esqueceram todos que sem aluno, não tem escola.

Foi criada para agradar os professores uma cartilha com normas de conduta, onde autoriza a escola a expulsar, transferir e suspender aluno. Tudo a revelia da lei.
Foi uma festa. Com o aval de uma cartilha assinada pelo Secretário Estadual de Educação, a direção das escolas fez uma limpa geral.

Muitas escolas ou fecharam ou estão com menos de dez alunos por sala.

As expulsões e transferência ocorrem de modo que humilham os alunos em julgamentos espúrios feitos num tribunal de exceção, chamada CONSELHO DE PAIS E MESTRES.

Esses alunos humilhados, desmotivados e revoltados, não voltarão mais para a escola tão cedo.

Muitos se matricularão na escola do crime.

Vamos ter que construir muitos mais presídios na medida em que fecham a escola.
O SINDICADO DOS PROFESSORES, que aplaudiu a cartilha, se esqueceu que fechando escola, fecham empregos para professores.

Agora uma assessora do Secretário de Educação se propôs a falar conosco sobre essa cartilha.

Uma luz no fundo do túnel, que ele não deve saber o efeito devastador que essa cartilha promoveu nas escolas; está ilhado pelos assessores que lhes dizem que está tudo bem.

Ele acredita, feito uma ilha, cercado de incapazes e professores de má fé por todos os lados. Com honrosas exceções. Os bons assessores estão nesse meio, mas podem fazer a diferença. Esperamos que façam.

Os educadores sérios e competentes, dificilmente furam esse cerco.

Aceitamos informalmente o convite, só falta marcar o dia para falar disso especificamente.

Esta é uma luz no fundo do túnel…

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