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Publicado: Quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Álbum de Família

Álbum de Família
Meus Pais: Izabel e José Martin

Quem foram seus avós, bisavós, tataravós?

Curiosidade pelas histórias dos antepassados é algo que todo mundo tem. Algumas pessoas, porém se interessam mais. Querem saber tudo sobre quem foi quem. Reconstroem casamentos, nascimentos, batizados e tudo mais. A busca nem sempre é fácil, tem que recorrer às matriarcas, patriarcas quando ainda os têm. Dessa fonte é sempre com emoção, e uma dorzinha de tristeza pelos que já partiram.

Unidos por uma foto

Dessas recordações vejo, numa foto amarelada pelo tempo, a figura de uma mulher que sempre foi minha referência. Ela morava numa carreira de casas todas iguais, que na época diziam casas da Brasital, era uma fábrica de tecelagem que cedia as casas aos operários.

Seu nome era Gracia. Ela, emigrada da Itália, veio com a família rumo ao desconhecido, desembarcando no Brasil e fixando moradia em Salto. Vida difícil. Muito cedo se enviuvou ficando com a responsabilidade de oito filhos. E essa avó tão querida me encantava. Tanto quanto eu descobria, mais queria saber. Muitas vezes acompanhada de minha mãe, tias e primos levávamos flores colhidas do quintal de tia Giacomina, ao túmulo da vó Gracia. Eram momentos de rara revelação. Era tudo muito simbólico, era como se estivéssemos conversando com ela.

Eu sempre quis saber a origem da minha família. Certa vez pedi à minha mãe Isabel que me emprestasse sua caixa de fotografias, queria eu, recompor e reconstruir nossa árvore genealógica. Revendo as tais fotografias percebia-se que conforme os parentes iam morrendo, a nossa história ia-se perdendo.

Lembro-me que as nossas reuniões familiares eram cercadas de muita alegria. Reuniam-se comendo “pão feito em casa” acompanhado de vinho que despertava o desejo de cantar e todos cantavam.

Memorável! Quantas lembranças inesquecíveis!

Muito da história de meus avós se perdeu. Mas hoje sei alguns detalhes de toda essa história que viveram meus antepassados.

É mesmo, fotografar o nada é quase tudo!

Como dizia Shakespeare: “Nós somos feitos de sonhos. A história é feita com sonhos”. Sonhos recheados de saudades.

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