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Publicado: Quinta-feira, 31 de março de 2011

Agências se reinventam

 

Com as reservas de avião ou hotel feitas diretamente pela internet, muitos questionam se as agências de viagens ainda servem para alguma coisa. Afinal, dizem esses críticos, para que uma intermediação diante de ações tão simples como marcar uma ponte-aérea, que pode ser comprada a preços competitivos no site das próprias companhias, ou uma noite de hotel já com tarifas negociadas de forma vantajosa?

Há inúmeros argumentos que justificam a contratação de uma agência, a começar pelo uso mais apropriado de recursos da empresa na sua atividade principal, sem desperdiçar tempo precioso em reservas, reagendamentos ou cancelamentos. Além disso, a agência, por administrar grandes volumes de transações, consegue negociar com fornecedores em melhores condições financeiras, algo que costuma ser repassado aos clientes.

Então, diriam os céticos, se as agências são necessárias, é tudo apenas uma questão de preço? E se fosse verdade que as agências são commodities, como distinguir umas das outras? O que pesaria nessa diferenciação é a capacidade de oferecer ao cliente duas coisas. A primeira é permitir aos executivos e profissionais usufruir de maior produtividade, aqui traduzida como melhor aproveitamento do tempo. A segunda é garantir segurança por meio da seleção de serviços e instalações com riscos minimizados, e de boas condições de rastreamento do passageiro corporativo durante a viagem.

No que se refere à produtividade, um bom exemplo vem da Maringá Turismo, que resolveu se definir, nas palavras de seu diretor geral, Antonio Luiz Cubas de Souza, como uma "concierge de viagens corporativas". Longe de mimos ou regalias, como poderia parecer aos mais apressados, esse conceito embute a visão inteligente de que quanto maior o conforto físico e menor o stress do viajante em questões secundárias ao objetivo da viagem, melhores serão os resultados em produtividade e dedicação à sua missão. Assim, um check-in otimizado permite ao executivo usar o seu tempo em atividades de maior interesse para os negócios.

Agindo como anjo da guarda que se antecipa às vontades do viajante, a agência garante uma refeição decente quando ele chega exausto ao hotel ou apartamento devidamente limpo e com o ar condicionado na temperatura desejada, ou ainda uma conexão com a internet pronta para ser usada, a cama arrumada para a reposição das energias. "A ideia é customizar a viagem de acordo com o perfil do viajante", resume Antonio Luiz, apoiado em seus 40 anos de experiência.

Da mesma forma, diante de crises políticas ou acidentes geográficos, é fundamental não apenas saber em que lugar se encontram os profissionais em viagem, mas como achá-los e, se for o caso, repatriá-los com agilidade. Nesse sentido, não bastam bons sistemas de monitoração, mas também dispor de uma logística que opere 24 horas e que funcione bem na hora do aperto. Foi assim com a própria Maringá, que durante o recente tsunami do Japão, conseguiu trazer com sucesso para o Brasil os 26 passageiros dos quadros funcionais das empresas que atende.

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